Justiça condena casal de amantes acusado de matar transportador; própria réu denunciou desaparecimento da vítima


Ney Cruz da Silva e Tatiana Sardinha Barbosa foram julgados pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte nesta quinta-feira (8). O homem foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão, enquanto a mulher recebeu uma pena de 17 anos de reclusão.
Casal que matou transportador foi condenado
A Justiça condenou o casal acusado de matar e ocultar o corpo do transportador Rômulo Anderson Barbosa, de 46 anos. A vítima foi golpeada até a morte em junho de 2021 pelo amante da então companheira, que também participou do assassinato (relembre o caso mais abaixo).
Ney Cruz da Silva e Tatiana Sardinha Barbosa foram julgados pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte nesta quinta-feira (8). O homem foi sentenciado a 14 anos e seis meses de prisão por homicídio qualificado, enquanto a mulher recebeu uma pena de 17 anos de reclusão pelos mesmos crimes e falsidade ideológica. Ambos tiveram o direito de recorrer em liberdade negado.
Em nota, as defesas dos réus afirmaram que já recorreram da decisão.
O crime
Rômulo Anderson Barbosa foi morto no bairro Ribeiro de Abreu, em BH
Reprodução/TV Globo
As investigações demonstraram que Ney Cruz da Silva e Tatiana Sardinha Barbosa planejaram matar Rômulo Anderson Barbosa, com quem a mulher era casada, para assumir, logo em seguida, o relacionamento amoroso extraconjugal e ficar com os bens do transportador.
O inquérito só foi concluído dois anos e nove meses após o assassinato, quando o suspeito confessou aos policiais onde estava enterrado o corpo da vítima.
O caso ocorreu no bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste de Belo Horizonte, em junho de 2021. De acordo com a Polícia Civil, a esposa da vítima informou os policiais que o marido havia desaparecido. De início, ela apenas postou nas redes sociais sobre o desaparecimento, mas a família de Rômulo forçou que ela fizesse o registro na polícia.
Na delegacia, a mulher não demonstrava preocupação com o sumiço do companheiro, com quem teve dois filhos. Ainda conforme os investigadores, a suspeita tentou encobrir o crime com a falsa denúncia.
Relação com amante
De acordo com as investigações, o amante da mulher morava de aluguel em um imóvel que fica aos fundos da residência do casal. Eles mantiveram uma relação enquanto a mulher ainda estava casada com a vítima, em regime de comunhão parcial de bens.
No entanto, Rômulo descobriu as traições e se envolveu em uma briga com o suspeito. Semanas depois, o casal de amantes planejou a morte do transportador.
O corpo de Rômulo foi abandonado em uma área vegetal em Santa Luzia, na Grande BH. Um mês após o crime, os suspeitos assumiram de vez o relacionamento nas redes sociais, o que gerou desconfiança da família da vítima. O então inquilino passou a morar na casa da vítima com a mulher e os filhos.
“Os dois [suspeitos] viviam como casal, fotos nas redes sociais, passeio com os filhos. A esposa ainda entrou com processo para declarar ele [ Rômulo] morto para passar a ter direitos previdenciários e se apossar da casa”, afirmou o delegado Alexandre Fonseca, da PCMG.
O que contribuiu para a prisão do casal foi o fato de o filho do suspeito ter testemunhado o pai preparando uma lona preta e um bastão no quarto onde a vítima dormia. Também foram vistos materiais de limpeza, com cloro e alvejantes, além de paredes descascadas.
Os suspeitos foram presos no dia 26 de março de 2024 e confessaram o crime.
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