Desabafo de enfermeira sobre HRG vira alerta: “Cenário de guerra”

O desabafo emocionado da enfermeira Lídia Peres, gravado após um plantão no Hospital Regional do Gama (HRG), escancarou uma realidade que afeta muito além dos corredores da unidade. Ao relatar superlotação, falta de materiais e escalas desfalcadas, ela chamou atenção para o impacto direto sobre pacientes que chegam em situação crítica — muitos deles vítimas de acidentes de carro e moto que ocorrem diariamente nas vias do Distrito Federal.

Pontos Principais:

  • Enfermeira do HRG denuncia colapso da unidade em vídeo que viralizou.
  • Pacientes dormem em macas improvisadas e profissionais adoecem com frequência.
  • Justiça do Trabalho exige plano de reposição de médicos e servidores.
  • Secretaria de Saúde do DF ainda não se pronunciou sobre o caso.

Essas pessoas, que dependem do atendimento rápido para sobreviver, encontram um sistema à beira do colapso, sem condições básicas para realizar procedimentos emergenciais. Enquanto o trânsito intenso e os altos índices de colisões continuam fazendo vítimas, o HRG, que deveria ser um ponto de suporte essencial, opera em condições precárias, comprometendo o socorro a quem mais precisa.

Vídeo de enfermeira do HRG expõe caos e falta de estrutura

Após um plantão intenso, uma enfermeira do HRG gravou um vídeo para denunciar a situação crítica vivida por pacientes e trabalhadores dentro do hospital do Gama, no DF.
Após um plantão intenso, uma enfermeira do HRG gravou um vídeo para denunciar a situação crítica vivida por pacientes e trabalhadores dentro do hospital do Gama, no DF.

Todo plantão se tornou um teste de resistência para a enfermeira Lídia Peres, que atua no Centro Obstétrico do Hospital Regional do Gama. Com 40 anos e uma década de atuação na rede pública do DF, ela desabafou em um vídeo sobre a crise instalada na unidade. O conteúdo viralizou nas redes e gerou comoção pela descrição do ambiente que, segundo ela, já não oferece condições mínimas para atender gestantes, recém-nascidos e acompanhantes.

Na gravação feita logo após o turno, Lídia afirmou que o HRG vive um estado de calamidade silenciosa. Pacientes em macas improvisadas, mães com bebês entre as pernas, acompanhantes dormindo no chão e mais de cem mulheres em um setor com apenas dois banheiros. “Isso não é mais descaso. É desumano”, afirmou, com voz embargada. Ela relatou exaustão emocional e falta de esperança por melhorias.

A denúncia também evidenciou a pressão psicológica constante sobre os trabalhadores. Casos de burnout são frequentes, segundo a profissional. Colegas adoecem e se afastam sem previsão de retorno, enquanto a escala segue desfalcada há anos. A cada turno, resta aos que ficam aguardar qual será o próximo a quebrar. “É como uma roleta-russa”, desabafou Lídia.

Além das condições precárias, a enfermeira relatou episódios de agressões verbais e ameaças vindas de acompanhantes em busca de atendimento. Na noite em que gravou o vídeo, ela contou que foi intimidada pelo parente de uma criança que aguardava um pediatra. A pressão constante, unida à superlotação, afeta diretamente a capacidade de atendimento e a saúde mental dos servidores.

O quadro se agrava com a ausência de reposições. Médicos recém-nomeados se recusam a trabalhar na unidade, e aposentadorias não são compensadas por novas contratações. A situação levou a Justiça do Trabalho a cobrar da Secretaria de Saúde um plano de ação com cronograma para redução do déficit de pessoal, tanto no HRG quanto no Hospital Regional do Guará.

Nos corredores do HRG, salas desenhadas para duas pessoas abrigam seis. Em muitos casos, não há privacidade ou espaço mínimo para os cuidados básicos. Lídia explica que o risco de acidentes é constante. Há relatos de recém-nascidos quase caindo de macas e mães que aguardam alta sem condições mínimas. A indignação cresce a cada plantão, enquanto a estrutura segue sem resposta.

Apesar das cobranças judiciais, o Metrópoles informou que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal ainda não apresentou posicionamento oficial sobre as denúncias. A reportagem segue aguardando retorno. Enquanto isso, o vídeo de Lídia segue circulando, dando voz ao que centenas de profissionais da saúde enfrentam em silêncio.

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Fonte: Metropoles e Souenfermagem.

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