A Volkswagen encontrou uma maneira diferente de lidar com a limitação de autonomia dos carros elétricos. Para os veículos da marca Scout, voltados ao público off-road nos Estados Unidos, a montadora alemã decidiu instalar um motor a combustão como extensor de autonomia, algo que se encaixa na categoria dos REEVs (Range Extended Electric Vehicles). Mas o que chama atenção é a origem desse motor: trata-se do 1.6 MSI que atualmente equipa a Saveiro brasileira.
Pontos Principais:
- Volkswagen usará motor 1.6 da Saveiro como gerador auxiliar em carros elétricos da Scout.
- O sistema REEV mantém a tração elétrica e usa o motor apenas para gerar energia.
- Propulsor será produzido no México e instalado na traseira do SUV e da picape.
- Estratégia visa contornar a falta de infraestrutura de recarga em regiões remotas.
De acordo com a publicação do Automotive News, o motor será produzido na fábrica da Volkswagen em Silao, no México. Esse complexo industrial é responsável pelos propulsores das famílias EA211 e EA888. A escolha do 1.6 aspirado de quatro cilindros, segundo os dados disponíveis, aponta diretamente para a mesma unidade usada em modelos compactos da marca. Já passaram por ela carros como o Fox, o Gol, o Voyage e o Golf nacional. Agora, será peça-chave de um sistema elétrico com foco em autonomia.

O uso do propulsor como gerador de energia não significa que ele vá movimentar o carro. Nesse tipo de sistema, diferentemente de um híbrido plug-in, o motor a combustão não transmite força para as rodas. Sua única função é alimentar o sistema elétrico quando a bateria principal se esgota, funcionando como uma espécie de reserva energética de emergência, especialmente útil em regiões onde a infraestrutura de recarga é precária ou inexistente.
A Scout é uma divisão recém-criada pela Volkswagen, com proposta centrada em veículos 100% elétricos de perfil robusto. A decisão de instalar esse propulsor brasileiro em seus primeiros lançamentos tem impacto estratégico. O conjunto será instalado na traseira dos veículos, provavelmente em configuração isolada da tração. Com isso, os veículos poderão rodar por longas distâncias mesmo sem pontos de carregamento nas redondezas.

Ao contrário dos híbridos tradicionais, que alternam entre combustão e eletricidade, os REEVs são sempre tracionados por motores elétricos. A combustão entra apenas como suporte para aumentar a autonomia. Esse sistema permite baterias menores e mais leves, o que contribui para a eficiência geral. A escolha da Volks mostra um movimento de adaptação à realidade de infraestrutura, sem abandonar o compromisso com a eletrificação.
É possível que esse motor em específico não seja o mesmo 1.6 flex feito no Brasil, mas sim uma das variantes movidas a gasolina com potências entre 90 e 110 cv fabricadas no México. Ainda assim, a arquitetura é idêntica, e sua adoção marca uma guinada importante no papel de motores de entrada da marca no cenário global. Uma tecnologia simples, durável e conhecida, agora com uma nova aplicação.

Ao usar esse motor como extensor em uma marca como a Scout, a Volkswagen sinaliza que está disposta a criar soluções práticas dentro da realidade de mercado. Em vez de insistir em grandes baterias de alto custo, aposta em um sistema mais enxuto, apoiado em componentes já validados e com produção global ativa. Essa decisão também pode reduzir o preço final do veículo e ampliar o seu apelo comercial nos EUA.
Fonte: Scoutmotors e Automaistv.
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