Volkswagen aposta em elétricos, mas mantém híbridos e flex para países em transição

O avanço dos veículos elétricos é apontado pela Volkswagen como inevitável. No entanto, o grupo alemão optou por seguir uma linha estratégica mais flexível, considerando a diversidade de cenários nos diferentes mercados em que atua. O CEO Oliver Blume indicou que, embora os elétricos devam se consolidar como tecnologia dominante, o processo deve ocorrer em ritmos distintos, dependendo de fatores como infraestrutura, preços de energia e políticas públicas.

Pontos Principais:

  • Volkswagen confirma que elétricos serão maioria no futuro.
  • Montadora manterá híbridos, flex e EREV em mercados em transição.
  • ID.1 será lançado em 2027 como elétrico acessível de entrada.
  • China terá modelo com extensor de autonomia a partir de 2026.
  • Brasil receberá híbridos flex nacionais a partir de 2026.

O avanço dos veículos elétricos é apontado pela Volkswagen como inevitável. No entanto, o grupo alemão optou por seguir uma linha estratégica mais flexível, considerando a diversidade de cenários nos diferentes mercados em que atua. O CEO Oliver Blume indicou que, embora os elétricos devam se consolidar como tecnologia dominante, o processo deve ocorrer em ritmos distintos, dependendo de fatores como infraestrutura, preços de energia e políticas públicas.

A empresa seguirá desenvolvendo e vendendo modelos a combustão, híbridos e com extensor de autonomia, paralelamente aos modelos totalmente elétricos. Essa abordagem foi defendida por Blume como uma alternativa mais realista em comparação a proibições absolutas, como a planejada pela União Europeia a partir de 2035. Para o executivo, decisões sobre qual tecnologia adotar devem estar nas mãos dos consumidores.

A proposta da Volkswagen é entregar soluções variadas que atendam às necessidades e condições econômicas, técnicas e sociais de cada região. Isso inclui desde veículos elétricos com preço acessível até modelos híbridos e com motor térmico, mantendo a competitividade em locais onde a eletrificação ainda avança de forma lenta.

Modelos com foco regional e cronograma definido

Para ampliar o acesso, a marca lançará o ID.1 na Europa em 2027 e modelos com extensor de autonomia na China em 2026. Nos EUA, versões EREV da Scout já têm alta demanda.
Para ampliar o acesso, a marca lançará o ID.1 na Europa em 2027 e modelos com extensor de autonomia na China em 2026. Nos EUA, versões EREV da Scout já têm alta demanda.

Um dos destaques da nova fase será o lançamento do ID.1, um compacto 100% elétrico com valor estimado em 20 mil euros, previsto para 2027. O modelo deve atuar como porta de entrada para consumidores europeus interessados em soluções de mobilidade elétrica com custo reduzido. Também será oferecido em mercados emergentes como uma alternativa viável dentro do processo de eletrificação.

Além disso, a empresa confirmou que em 2026 estreará na China um modelo com extensor de autonomia. Os EREV, como são chamados, funcionam com motor a combustão que recarrega as baterias e prolonga a autonomia do veículo elétrico. Essa solução é considerada relevante em países onde a infraestrutura de recarga ainda é limitada, como a própria China e os Estados Unidos.

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Nos Estados Unidos, a Scout, marca do grupo, já contabiliza pedidos para veículos com essa tecnologia, sendo a opção preferida pela maioria dos clientes. A Volkswagen estuda aplicar a mesma lógica em parte da Europa, caso haja viabilidade técnica e demanda suficiente para esse tipo de produto.

Brasil recebe híbridos flex e mantém elétrico por assinatura

O Volkswagen ID.4 é um SUV elétrico oferecido no Brasil por assinatura, usado como teste de mercado pela marca para avaliar a receptividade dos consumidores a modelos 100% elétricos.
O Volkswagen ID.4 é um SUV elétrico oferecido no Brasil por assinatura, usado como teste de mercado pela marca para avaliar a receptividade dos consumidores a modelos 100% elétricos.

No Brasil, onde a infraestrutura para veículos elétricos ainda é restrita, a Volkswagen confirmou o início da produção de modelos híbridos flex a partir de 2026. Os veículos combinarão motores elétricos e combustíveis como etanol ou gasolina, adaptando-se à realidade do país. A iniciativa faz parte do plano de investimento de R$ 16 bilhões até 2028, voltado à ampliação da atuação da marca na região.

O ID.4, SUV elétrico da marca, segue sendo oferecido no Brasil apenas por meio de assinatura. Esse modelo de negócio permite avaliar a aceitação do mercado nacional sem necessidade de grande volume inicial de vendas. Ao mesmo tempo, funciona como experimento comercial para a marca, que monitora o comportamento dos consumidores em relação aos modelos 100% elétricos.

Blume reconheceu que a velocidade da transição elétrica no Brasil deve ser mais lenta, e a empresa busca atender à demanda com produtos que equilibrem custo, disponibilidade e características técnicas compatíveis com o país.

Infraestrutura e políticas públicas como desafios

A Volkswagen adotou uma estratégia global que mantém híbridos e combustão em paralelo aos elétricos. Segundo o CEO, a transição deve considerar a realidade de cada mercado.
A Volkswagen adotou uma estratégia global que mantém híbridos e combustão em paralelo aos elétricos. Segundo o CEO, a transição deve considerar a realidade de cada mercado.

O sucesso da eletromobilidade, segundo o CEO, depende de diversos fatores estruturais. Entre os pontos citados por Blume estão a necessidade de redes de recarga eficientes, preços de eletricidade que favoreçam o uso dos carros elétricos e políticas públicas de incentivo. Esses elementos são considerados essenciais para que os veículos elétricos ganhem escala e se tornem competitivos.

A Volkswagen também investe em infraestrutura e busca parcerias estratégicas para acelerar a adoção dos veículos elétricos. O objetivo é garantir que, mesmo em mercados onde a eletrificação ainda é incipiente, existam bases sólidas para a expansão futura dessa tecnologia.

Embora mantenha diversas tecnologias no portfólio, a empresa projeta que, no longo prazo, os modelos 100% elétricos ultrapassem os demais em eficiência e aceitação. A estratégia atual busca preparar o terreno para esse cenário, respeitando os limites técnicos e sociais de cada país.

Fonte: Volkswagen-newsroom e UOL.

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