Livros e obras de arte em geral que nos convidam a “acordar” o olhar sobre o entorno são indispensáveis. Ainda que se costume dizer que a arte se basta pela simples fruição, é muito verdade que, se ela estiver a serviço de nos proporcionar conhecimento, sobre nós próprios e sobre o mundo em que vivemos, tanto melhor.
E as obras escritas pelo inglês John Berger, nascido em Londres em 1926 e falecido em Paris em 2017, se inscrevem nessa categoria. Na verdade, cumprem as duas coisas: nos encantam, nos enlevam e também nos elevam, nos instruem, levam à tomada de consciência.
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Sua produção é relativamente bem conhecida no Brasil. Desde que seu romance G. venceu, ainda em 1972, o Man Booker Prize daquele ano, seu nome repercutiu. Mas então se seguiram vários livros nos quais exercitava sua erudição num misto de ensaio e reflexão filosófica, atento à forma como o ser humano poderia “captar” mais e melhor a realidade. Seus textos dedicados à fotografia e à apreciação de peças artísticas, como Modos de ver e Para entender uma fotografia, são fundamentais.
E, pelo visto, o mesmo se pode dizer de um singelo livro de ensaios lançado pela editora Fósforo (que já lançara Modos de ver): Por que olhar para os animais?, em tradução de Pedro Paulo Pimenta, em 104 páginas, a R$ 69,90, é uma aula de sabedoria. Sobre os animais em geral e, claro, sobre nós próprios, também membros do reino animal, ainda que nem sempre nos demos conta, apenas mais uma das tantas coisas de que costumamos não nos dar conta.
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