Como um projeto social transformou o Piauí em uma potência nacional do badminton


Nos últimos 20 anos, o Piauí se tornou um celeiro de atletas de badminton: dos 14 atletas da seleção brasileira, seis são piauienses, de Teresina. Juliana Viana, atleta brasileira de badminton, em Paris 2024
Luiza Moraes/COB
Juliana Viana, de 19 anos, a piauiense que conquistou a primeira vitória olímpica brasileira no badminton na última segunda-feira (29), é um dos talentosos frutos de um projeto social que formou os talentos na modalidade, e que a ajudou a percorrer o longo caminho desde a periferia de Teresina até as quadras da Arena Porte de la Chapelle, em Paris.
Em 2022, a seleção brasileira de badminton era composta por 14 atletas. Seis deles são piauienses de Teresina.
Os primeiros atletas de badminton do Piauí começaram a treinar ainda na infância, no Centro de Convivência Ludjan Ladeira, no Monte Castelo, em Teresina (PI), e 2005, através do projeto social Jovens Talentos do Badminton.
O projeto foi idealizado por professores da modalidade como Norma Rodrigues, que encontraram apoio na iniciativa privada para comprar raquetes, redes e petecas, e conseguir uma bolsa para os instrutores, e o apoio da Prefeitura de Teresina que cedia a quadra do centro de convivência. Entretanto, o projeto Jovens Talentos do Badminton foi finalizado em 2016.
A quadra do Centro de Convivência Ludjan Ladeira, no Monte Castelo, em Teresina (PI), em 2012 – Como um projeto social transformou o Piauí em uma potência nacional do badminton
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A ideia era levar o esporte para alunos de escolas municipais, reunindo no Centro de Convivência meninos e meninas de todas as regiões de Teresina. Em 2008, o projeto começou a trabalhar a seleção piauiense de badminton, e descobriu atletas que hoje estão na seleção brasileira, como Francielton Rocha, Sânia Lima e Sâmia Lima.
Juliana Viana entrou no projeto em 2012, aos 7 anos, ano em que o projeto recebeu a visita do Comitê Olímpico Brasileiro e foi reconhecido como o melhor projeto social para incentivo ao esporte do país.
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“Esse reconhecimento abriu muitas portas pra gente, e conseguimos ampliar para outras cidades: Parnaíba, Picos, Timon [MA]…”, relembra Norma Rodrigues.
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Com os resultados, o Ministério dos Esportes começou a construção do Complexo Esportivo de Badminton localizado na UFPI, um dos maiores ginásios da América Latina. O Ginásio de Badminton da UFPI foi idealizado em 2016 como um legado olímpico para o Piauí e entregue em 2022.
Já Juliana e os outros principais talentos descobertos em Teresina foram, a partir de 2021, morar em Americana, em São Paulo, para treinarem no centro de treinamento da seleção brasileira.
Através do projeto, os atletas do Piauí conquistaram medalhas em campeonatos nacionais, Pan-Americanos e Sul-Americanos. Em 2022, a seleção brasileira de badminton era composta por 14 atletas. Seis deles piauienses de Teresina, frutos dos projetos sociais: Juliana Viana, Sânia e Samia Lima, Francielton Marinho, Fabrício Ruan Farias, Jaqueline Lopes
Medalhistas Piauienses do Badminton
Stephanie Pacheco/GloboEsporte.com
Em 2008, Henry Matheus Sousa conquistou a primeira medalha em Pan-Americano Júnior. Bronze na Guatemala, foi o primeiro atleta piauiense a trazer uma medalha ao Piauí.
Em 2023, Sânia Lima, eleita Atleta do Ano de 2023 pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e medalhista Pan-Americana.
Em 2024, aos 19, Juliana Viana conquistou a primeira vitória do Brasil na modalidade em olimpíadas.
Juliana estreou em campeonatos internacionais aos 14 anos, conquistando a medalha de prata na categoria sub-15 feminina no 27º Campeonato Pan-Americano Júnior de Badminton, realizado em 2018 na Bahia (Brasil).
No Campeonato Mundial de Badminton de 2023, tornou-se a primeira brasileira a vencer um jogo na categoria individual. Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, obteve a medalha de bronze na categoria dupla, com a também piauiense Sânia Lima.
Esporte de raquetes mais rápido do mundo
Complexo de Badminton da UFPI
Reprodução/UFPI
O badminton é o esporte de raquetes mais rápido do mundo. As petecas podem atingir até 400 km/h em quadra. São mais de 2 mil golpes em um jogo. A quadra mede 5,18 metros de largura por 13,40 metros de comprimento. Nos jogos de duplas a largura aumenta para 6,10 metros.
Os jogadores ficam bem próximos o que dá pouco tempo de reação. As partidas são disputadas em melhor de três sets de vinte um pontos cada. A peteca tem 16 penas de ganso que logo são arrancadas pela força das raquetadas.
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