A paleontologia esteve em evidência no início do segundo dia da 11ª Exposição Industrial, Comercial, Serviços e Agronegócios de Candelária (Expocande). Na manhã dessa quinta-feira, 1º, oito cientistas, professores e pesquisadores foram homenageados com a medalha “O Candelaria”.
Eles foram escolhidos pela curadoria do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues. Os nomes indicados foram posteriormente analisados pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. A premiação contou com o apoio do Legislativo, que além de elaborar e aprovar o projeto que criou a distinção, contribuiu com recursos para o evento ocorrer.
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O argentino Agustín Guilhermo Martinelli, de 45 anos, do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia, foi um dos agraciados. Ele e a família vieram de Buenos Aires para a premiação.
Martinelli realizou o doutorado e o pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em Porto Alegre. Como paleontólogo, desde 1999 tem feito trabalhos a partir das descobertas no Cerro do Botucaraí. “Aqui na região há fósseis-chave para compreender a origem dos mamíferos”, destacou.
Para o pesquisador, apesar do reconhecimento concedido e do espaço para a paleontologia na Expocande, é importante que o poder público dê mais atenção e apoio ao trabalho do museu. “É muito importante entender que os fósseis atraem oportunidades, gerando turismo e fomentando a economia. É também uma ponte entre a ciência e a sociedade”, defendeu.
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Riqueza paleontológica
A medalha “O Candelaria” também foi entregue ao professor-doutor Felipe Lima Pinheiro, de 37 anos. Morador de São Gabriel, ele veio de Fortaleza, Ceará, para cursar mestrado e doutorado na Ufrgs. Na avaliação do paleontólogo, Candelária é muito rica em fósseis, sobretudo do período Triássico, o que atraiu a atenção de pesquisadores de todo o País e do mundo. Pinheiro exemplifica que as aves de hoje, por têm origem nos dinossauros surgidos no Triássico. “Há poucas localidades no mundo em que fósseis do Triássico são preservados em tanta abundância e em tanta diversidade como aqui.”
Para o cientista, a entrega do prêmio reconhece que o trabalho realizado pelos pesquisadores tem contribuindo na valorização e divulgação da riqueza paleontológica da região, que precisa ser preservada.
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O curador do Museu de Candelária, Carlos Nunes Rodrigues, foi um dos responsáveis por selecionar os pesquisadores premiados. Ele afirmou que, desde a década de 1940, cientistas fizeram com que o município fosse reconhecido internacionalmente pelos fósseis. Cita Llewellyn Ivor Price, pesquisador da Universidade Harvard, dos Estados Unidos, que descobriu o candelário. “Em função de um pequeno achado, nós nos tornamos conhecidos internacionalmente”, salientou.
Diante da contribuição de inúmeros cientistas, considerou que era hora de retribuir-lhes com a premiação. Para Rodrigues, o município começou a entender que é representante de um patrimônio importante e singular do Brasil, com informações relevantes sobre a formação de mamíferos e dinossauros. Com a medalha, poderá incentivar mais pessoas a valorizar e reconhecer a paleontologia local, além de sediar mais trabalhos que podem trazer novas descobertas.
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Dinossauros são atração para os visitantes
O clima favoreceu a presença de visitantes na Expocande durante a manhã dessa quinta. Com o feriado do Dia do Trabalho, muitas pessoas vieram de outras cidades da região e aproveitaram para conferir os fósseis e réplicas de 39 espécies encontrados no interior de Candelária e que estão expostos no estande do Museu Aristides Carlos Rodrigues.
Entre eles, o empresário Gabriel de Moraes, de 30 anos, e a advogada Helena Durrewald, 24, que vieram de Santa Cruz do Sul. “Não tinha como vir para a Expocande e não passar por aqui”, comentou Gabriel, que esteve no evento pela primeira vez e elogiou a estrutura do Parque Itamar Vezentini.
Natural de Candelária, Helena contou que já encontraram fósseis na terra do seu avô, no interior do município. “É bem interessante ver o município ser reconhecido pela paleontologia, que merece estar na Expocande”.
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Esta sexta é dia de Grupo Tholl e Tchê Barbaridade
A Expocande continua nesta sexta-feira, 2, com atrações musicais e culturais diversificadas para o público. Um dos destaques é o espetáculo circense do Grupo Tholl. Direto de Pelotas, a trupe apresenta o show Bate pra sua patota que hoje tem circo, garantindo muitas acrobacias, malabarismo, danças e magia. A apresentação, de 50 minutos, começará às 19 horas.
Antes, às 14 horas, no Pavilhão de Shows, ocorrerá o tradicional Baile da Melhor Idade, com entrada gratuita para idosos, tanto para a festa quanto para o acesso ao parque. E para fechar a noite, uma das bandas mais conhecidas do Estado marca presença no palco: a Tchê Barbaridade.
A Expocande 2025 é uma realização da Associação Cultural de Candelária Erico Verissimo (Accev), com apoio da Associação do Comércio Indústria de Candelária (Acic), em parceria com Prefeitura de Candelária e Câmara de Vereadores.
A feira tem o patrocínio de Corsan, Farmácias São João, Banrisul, Caixa Econômica Federal, governo federal, Afubra, Secretaria Estadual de Turismo, Sicredi, SindiTabaco, JTI, Celetro, BRDE, Badesul – Agência de Fomento do Rio Grande do Sul, Botucaraí Alimentos, Rede de Postos Nevoeiro, JF Terraplenagem e Ponto.com. E conta com o estímulo da lei federal de incentivo à cultura, do Ministério da Cultura.
A programação completa e informações sobre a feira podem ser conferidas em https://www.expocande.com.br/.
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