A rotina nos pátios ferroviários da MRS foi impactada por uma inovação que dispensa a figura do maquinista nas manobras: o controle remoto. Desde 2020, 17 locomotivas de carga operam com esse sistema, otimizando tempo e aumentando a segurança nas operações. O manobrador João Luiz, em Pederneiras (SP), vive na prática as transformações que incluem capacitação, menor risco de erro e até a adoção de dispositivos que interrompem a máquina automaticamente em caso de falha.
Pontos Principais:
- MRS adota controle remoto em 17 locomotivas desde 2020.
- Operação nos terminais agora é feita diretamente pelos manobradores.
- João Luiz, de Pederneiras (SP), relata ganhos de tempo e segurança.
- Dispositivo de emergência interrompe a locomotiva automaticamente.
- Capacitação de 60 profissionais até 2025 garante operação segura.
O cenário nos pátios ferroviários do Brasil ganhou novos contornos nos últimos anos com a adoção de tecnologias que substituem funções humanas por sistemas remotos. Um dos exemplos mais significativos vem da MRS Logística, que passou a utilizar controle remoto em locomotivas de carga desde 2020, trazendo mudanças visíveis na dinâmica de trabalho e na segurança operacional.

Tradicionalmente, a comunicação entre manobradores e maquinistas era feita por rádio, o que podia gerar falhas de entendimento, atrasos e riscos. Com o novo sistema, esse elo é eliminado: o próprio manobrador passa a comandar a locomotiva com um controle que aciona velocidade, frenagem e até sinais sonoros e luminosos, simplificando os procedimentos de manobra.
Atualmente, 17 locomotivas já funcionam com o controle remoto em 11 terminais distribuídos entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A previsão é de que mais três unidades sejam integradas até o fim de 2025. Mais de 60 funcionários foram treinados para operar com o novo sistema, o que mostra o comprometimento com a adoção responsável da inovação.
No terminal de Pederneiras (SP), João Luiz Ferraz, manobrador há sete anos, viveu a transição. Ele afirma que a operação ganhou agilidade e segurança, embora ainda existam limitações específicas, como o número de vagões que podem ser manobrados em áreas com sinal mais fraco. No seu caso, o controle remoto permite conduzir até dez vagões por vez.
O tempo de recarga da carga transportada – celulose, nesse terminal – chega a uma hora por vagão, o que ameniza o impacto das limitações. Segundo João, o ganho de autonomia compensa. Ele também destaca um item de segurança só possível graças à nova tecnologia: um bastão fixado ao lado da linha que, se acionado pela locomotiva, corta o funcionamento do sistema, evitando colisões.
Essa funcionalidade, semelhante a um disjuntor, é apontada por João como essencial para prevenir acidentes, principalmente em situações de contagem errada de vagões. A automação, nesse sentido, não apenas otimiza processos, mas viabiliza soluções que antes não seriam possíveis com sistemas analógicos.
Com isso, os profissionais ganham novas atribuições e responsabilidades. O manobrador, que antes dependia da resposta do maquinista para cada ação, agora tem controle total da operação. A mudança exige treinamento e atenção, mas também representa um avanço técnico importante no setor ferroviário nacional.
Fonte: MRS.
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