Decisivas, Kasiely e Natália essenciais na briga por títulos

Kasiely e Natália são jogadoras que compartilham posição e formariam dupla perfeita se jogassem na mesma equipe. A primeira delas, atleta do Sesi Bauru, está na lista das denominadas ponteiras de composição, com participação essencial para dar equilíbrio aos times que atua. Já a segunda pertence ao Osasco São Cristóvão Saúde e é considerada de força, especialista e essencial como atacante de bolas altas em situações que o passe não funciona. Complementares, elas possuem perfis que os técnicos procuram na formação ideal de uma equipe. Na quinta-feira (1/5) estarão em lados opostos na decisão da Superliga Feminina 2024/25, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, às 15h45. Clubes distintos, mas imprescindíveis para chegar em finais.

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Paranaenses especialistas em finais

As finais mineiras entre Gerdau Minas e Dentil/Praia Clube foram interrompidas em 2024/25, respectivamente, por Osasco e Sesi Bauru. Porém, ninguém foi capaz de impedir que Kasiely disputasse sua quinta decisão de Superliga consecutiva. Campeã em 2020/21 pelo clube minastenista, a ponteira também ganhou o título da principal competição brasileira vestindo a camisa do time de Uberlândia na temporada 2022/23, além das duas medalhas de prata em 2021/22 e 2022/23. Com 31 anos, a paranaense de Nova Aurora deixou Minas Gerais, mas a presença em decisões seguiu com ela na equipe bauruense, finalista também do Campeonato Paulista 2024 e da Copa Brasil 2025.

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Do outro lado está Natália, que voltou ao país após cinco temporadas atuando no vôlei europeu. A campeã olímpica em Londres-2012, de 36 anos, regressou ao Osasco, clube que conquistou sua primeira Superliga, em 2009/10, no mesmo Ibirapuera, e surgiu como destaque. Sem ela, a equipe osasquense não disputava uma final de competições nacionais desde 2018, quando foi campeã da Copa Brasil daquele ano. Na Superliga, a última decisão havia acontecido em 2016/17, com revés para o Rexona/Ades, do Rio de Janeiro. Em seu primeiro ano depois do retorno ao Brasil, a ponteira paranaense de Ponta Grossa recolocou Osasco como protagonista com três finais e, por enquanto, dois títulos: Paulista e Copa Brasil.

Os diferenciais de Kasiely

Kasiely está em sua quinta decisão seguida de Superliga após ajudar o Sesi Bauru a eliminar o Praia Clube, seu ex-time, na semifinal. Ela chega com trajetória de 241 pontos anotados, sendo 198 em ações de ataque, 29 de bloqueio e 14 em aces. Mesmo experiente, a jogadora segue focada em aprender e foi assim que se apresentou no primeiro papo com Henrique Modenesi, seu treinador atual. “A Kasi é uma jogadora que lidera pelo exemplo. Ela é muito dedicada. Todo mundo sabe que o melhor fundamento dela é o passe. Todo final de treino, já bem tarde, ela pede para fazer mais um pouquinho de passe. Ela já é boa e, teoricamente, não precisaria fazer mais. Mas ela está lá sempre pedindo para fazer um pouquinho mais”, revelou o técnico do Sesi Bauru em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia (OTD).

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“A Kasiely sempre questiona no bom sentido. Se tem dúvida, ela pergunta. Ela não deixa passar as coisas e sempre está muito envolvida com o processo. É uma jogadora envolvida com o processo de construção da equipe. Ela gosta de participar e isso, para o treinador, é fundamental. No início da temporada, nas conversas individuais que tive com as atletas, ela falou que um dos objetivos dela era melhorar no ataque, continuar evoluindo no ataque, poder contribuir mais ofensivamente. Ela tem se empenhado muito nesse quesito e também em evoluir o saque. É uma jogadora que entende muito o jogo e ajuda as outras nos treinos e jogos. E a gente tem muitas jogadoras jovens, então isso é muito legal”, destacou Modenesi.

Equilíbrio de Kasiely e dedicação de Natália

O técnico do Sesi Bauru deixa claro a importância de Kasiely no equilíbrio do time. “Ela ajuda muito nessa composição, no ajuste da equipe, no sistema defensivo, seja na defesa ou no bloqueio, porque ela tem uma leitura de jogo apurada. Ela é uma excelente jogadora. Não aparece muito nos jogos, mas quando você olha os números lá no final, ela está sempre tem lá com dez, 12 pontos e com 60% ou 70% de passe. Ela sempre faz os pontos dela e contribui muito bem para a equipe. Além de dar esse equilíbrio no sistema de recepção, que prepara o jogo para a Dani Lins. Essa combinação das duas deu liga e ajudou muito a equipe chegar onde chegou nessa temporada”, concluiu Modenesi sobre sua jogadora.

Modenesi não analisou somente sua atleta. O técnico do Sesi Bauru não poupou elogios à Natália. “Natália é uma jogadora daquelas que a gente fala que é extra classe. Ela é forte, rápida, boa tecnicamente e sabe tomar decisão. No início da temporada passada eu estava em Osasco e a Natália treinou um pouco conosco na pré-temporada, antes de ir para a Rússia. E também é uma dessas que é interessada, que lidera pelo exemplo, que é esforçada, dedicada e não está satisfeita com pouco. São atletas com características parecidas no comportamento, por isso, que conseguem ter êxito na carreira delas. A Natália tem todos os predicados de uma jogadora de vôlei. É impressionante. Uma jogadora especial, fora da curva”, enalteceu Modenesi.

Reconstrução do Osasco

Luizomar de Moura tem com Natália uma relação parecida com a que possui com Camila Brait. Ele apostou nela quando era jovem e oportunizou a ela papel de protagonista no próprio Osasco em 2009/10. O treinador fez um esforço para trazê-la de volta neste processo de reconstrução do time. “Sou suspeito em falar da Natália, pois todo mundo sabe a relação que tenho com ela e fiquei muito feliz que ela aceitou o desafio. A gente precisava reconstruir o Osasco como uma jogadora top. Eu precisava dessa jogadora e escolhemos a Natália. Todos fizeram esforços, mas partiu muito mais da predisposição dela de vir do que o nosso sacrifício porque a Natália é uma atleta desejada por todos os clubes do mundo”, afirmou o técnico do Osasco ao OTD.

“Ela ter aceitado voltar ao Brasil, ao Osasco, e nos ajudar mostra a grandeza e o coração que a Natália tem pelo clube, por mim, e pela Camila Brait, pois a gente encheu muito o saco dela para que ela viesse. Foi muito legal a sua liderança e postura. Eu trabalhei com a Natália há muitos anos, mas ela era muito jovem. E retornar, ver a atleta e a mulher que ela se tornou, foi muito gratificante também. É uma grande profissional, que se cuida demais, e está sempre disposta a fazer algo mais para que sua carreira continue seguindo. É uma das atletas mais profissionais que trabalhei nos últimos anos. Nunca havia visto uma pessoa que se cuida tanto, que investe na sua longevidade. A Natália é um exemplo para as mais jovens daqui do Osasco”, completou Luizomar.

Para finalizar, o treinador osasquense exaltou a rival Kasiely. “Eu sempre fui um fã da Kasiely porque, além de ser uma pessoa simples e educada, é uma jogadora que está sempre colocando seus times nas finais. Acompanho a Kasiely desde o início, ainda no Pinheiros, e ela é uma atleta muito importante na posição dela, uma das melhores do país”, destacou Luizomar.

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