Após 3 meses afastado, superintendente do DNIT no Tocantins é exonerado devido queda de ponte entre TO e MA

Crédito fotos: Esequias Araújo/Governo do Tocantins

O Ministério dos Transportes exonerou oficialmente o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira. A medida foi publicada na edição desta quarta-feira, 30, do Diário Oficial da União (DOU) e ocorre em meio à investigação sobre a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Tocantins e Maranhão. A estrutura desabou em dezembro de 2024, deixando 14 mortos e três pessoas desaparecidas.

Renan Bezerra já estava afastado do cargo desde janeiro deste ano, logo após o acidente. Inicialmente, o afastamento foi determinado por 60 dias, com prorrogação por mais dois meses. Durante esse período, ele continuou recebendo remuneração e a superintendência foi comandada interinamente por Flávio Ferreira Assis.

Em seu lugar, o ministro dos Transportes, Renan Filho, nomeou Luiz Antonio Ehret Garcia como novo superintendente regional do DNIT no Tocantins. O DNIT informou que a sindicância que apura responsabilidades pelo desabamento está em fase final e os resultados serão anunciados na próxima semana pelo diretor-geral do órgão, Fabricio Galvão, e pelo próprio ministro.

Ponte apresentava falhas há anos

A ponte Juscelino Kubitschek foi construída na década de 1960 e, segundo documentos técnicos do próprio DNIT, já apresentava problemas estruturais há anos. Um relatório de 2020 apontava rachaduras, fissuras e inclinações em pilares, além de desgaste no pavimento. Em maio de 2024, o DNIT chegou a abrir processo licitatório para reforma da ponte, mas a contratação não foi concretizada.

De acordo com os relatórios técnicos, havia sinais preocupantes, como “vibrações excessivas” e fissuras nas estruturas de sustentação. Uma das imagens incluídas nas inspeções mostrava o que seria o início de uma grande rachadura no vão central da ponte, o que reforça as suspeitas de negligência na condução da manutenção.

Desabamento e consequências

A ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, após o colapso do vão central. No momento do acidente, dez veículos — incluindo carros, motos e caminhões — caíram no Rio Tocantins. Dois desses caminhões transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro, 22 mil litros de defensivos agrícolas, o que gerou preocupação ambiental imediata. O episódio foi registrado em vídeo pelo vereador Elias Júnior (Republicanos), que acompanhava de perto a situação da estrutura.

Uma das ações emergenciais adotadas pelo DNIT foi a implosão da parte remanescente da ponte, em fevereiro de 2025, para viabilizar a construção da nova travessia. A operação utilizou 250 quilos de explosivos e liberou o terreno para o início da reconstrução.

A nova ponte já teve 20% das obras executadas, de acordo com o DNIT, que promete entregar a estrutura até o fim de 2025. O projeto é considerado prioridade nacional por sua importância estratégica para o transporte e a economia da região Norte e Nordeste.

Nota do DNIT

Em comunicado oficial, o DNIT confirmou a exoneração de Renan Bezerra e reforçou que os trabalhos da sindicância estão sendo finalizados. A expectativa é que os responsáveis sejam identificados e as medidas cabíveis sejam anunciadas em breve. A nota também destaca o compromisso do órgão com a segurança e a transparência na condução das obras públicas.

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