Governos estaduais têm avaliação melhor do que o federal na área de segurança pública, aponta Quaest

36% consideram positiva atuação dos governadores contra o crime e a violência. Em relação ao governo federal, percentual é de 25%. Levantamento ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31 de março; a margem de erro é de 2 pontos. Os governadores venceram a disputa contra o governo federal na discussão sobre segurança pública. Dados de pesquisa Quaest encomendada pela Genial Investimentos divulgados nesta quarta-feira (30) revelam que a atuação dos governos estaduais no enfrentamento ao crime organizado e a violência é mais bem avaliada do que a do governo federal.
Para 36% dos entrevistados, a atuação dos governadores é positiva, índice que cai para 25% quando se trata do governo federal.

É fato que a Constituição de 1988 deu mais responsabilidades aos governadores, mas o brasileiro se cansou da histórica omissão dos governos federais.
Para 70% dos entrevistados, a violência e o crime organizado são um problema nacional, e apenas 26% acreditam que sejam uma questão regional. O dado reforça a cobrança por uma ação mais efetiva da União.

🔎 Atualmente, o governo federal é responsável por ações de defesa nacional, enquanto a maior parte das atribuições de segurança cabe aos governos estaduais com suas polícias civis e militares.
Apesar do clamor para o governo federal atuar mais na segurança pública, a maioria dos brasileiros cansou de brigas e de jogo de empurra entre os Planalto e os governos estaduais. De acordo com o levantamento da Quaest, 85% querem uma ação conjunta entre o governo federal e os estaduais.

Neste ponto, a notícia é boa para o governo Lula, que recentemente apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) cujo pilar é o reforço da atuação federal no sistema de segurança, como coordenador de uma política nacional.
Os governadores, no entanto, são resistentes à ideia por medo de perderem poder na segurança pública.
O que a pesquisa mostra, segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, é que o problema da segurança não está no trabalho das policiais comandadas por governadores, mas na Justiça.
“O problema hoje é a sensação geral que a polícia prende, e a justiça solta. Esta é mais uma prova do amadurecimento do eleitor. Ele tem uma visão mais sofisticada sobre o problema. Para ele, a violência se profissionalizou, passou a demandar soluções de coordenação nacional. E a solução para ele depende de Brasília entregar leis mais rígidas”, afirma.
Nunes avalia que o a segurança pública tende a ser um dos principais temas das eleições gerais de 2026.
“Os candidatos serão cobrados por uma agenda mais dura.”
Os poderes Legislativo e Judiciário ficam numa situação ainda pior do que a do Executivo: 86% dos entrevistados concordam que a polícia prende bandido, mas a Justiça solta porque a legislação é fraca.

Desde a posse, tanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), quando o do Senado, David Alcolumbre (União-AP) prometeram priorizar pautas que dizem respeito ao dia a dia do cidadão, mas o Congresso está paralisado para discutir um tema único: anistia aos réus por tentativa de golpe de estado.
Veja os números da pesquisa Quaest
O levantamento da Quaest, encomendado pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 120 municípios brasileiros entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Veja os números abaixo:
Avaliação da atuação dos governos federal e estadual na segurança pública
Atuação federal
Positiva: 25%;
Regular: 32%;
Negativa: 38%.
Não sabe/não respondeu: 5%.
Atuação estadual
Positiva: 36%;
Regular: 29%;
Negativa: 28%;
Não sabe/não respondeu: 7%.
A violência e o crime organizado são problemas nacionais ou regionais?
Nacionais: 70%;
Regionais: 26%;
Não sabe/não respondeu: 4%.
O combate ao crime organizado deve ser responsabilidade de quem?
Do governo estadual e do governo federal: 85%;
Apenas do governo estadual: 9%;
Não sabe/não respondeu: 6%.
Você concorda que a polícia prende bandido, mas a justiça solta porque a legislação é fraca?
Concorda: 86%,
Não concorda nem discorda: 1%;
Discorda: 11%;
Não sabe/não respondeu: 2%.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.