‘Não consegui responder a última mensagem’, diz prima de mulher que morreu atropelada por caminhonete


Corpo de Juliana Cristina Amaral Delabega Belmiro será enterrado nesta quarta-feira (31) em Sertãozinho, SP. Investigação sofreu reviravolta com novo suspeito identificado. Motorista responsável por atropelamento com morte, em Sertãozinho, SP, é maior de idade
O corpo de Juliana Cristina Amaral Delabega Belmiro, que morreu ao ser atingida por uma caminhonete em Sertãozinho (SP), será enterrado nesta quarta-feira (31).
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Prima da vítima, a manicure Cintia Delabega não consegue acreditar na perda e lamenta não ter respondido a última mensagem enviada por Juliana.
“Foi uma tragédia, não dá para acreditar nisso. O último áudio eu não respondi. Eu estava trabalhando e pensei ‘assim que eu chegar em casa eu respondo’. Mas não deu tempo de responder a última mensagem”.
Juliana, de 33 anos, estava na moto com o filho dela, de 11 anos, no momento do acidente na tarde de segunda-feira (29).
Segundo o boletim de ocorrência, os dois seguiam pela Rua Humberto Mossim quando foram atingidos por uma caminhonete que estava pela Rua José Mermejo.
O menino sofreu fraturas e foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A mãe dele chegou a ser levada à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.
Juliana Cristina Amaral Delabega Belmiro, de Sertãozinho (SP), morreu após adolescente não respeitar ‘Pare’ e bater na moto que ela pilotava
Arquivo pessoal
A última mensagem
Cíntia lembra que, por volta das 14h30 de segunda-feira, trocou as últimas mensagens com a prima. A conversa era sobre a avó que está doente e Juliana ajudava a cuidar.
A manicure conta que elas eram muito próximas desde a infância, por isso considerava Juliana como irmã. Além de amiga presente, ela era ótima mãe, esposa e filha.
A relação próxima das primas, a lembrança do último áudio e a forma trágica como Juliana morreu deixaram a manicure sem acreditar ao receber a notícia.
“Na hora que eu cheguei do serviço eu fiquei sabendo. Foi muito triste, minha tia me ligou e eu fiquei inconformada, não dava para acreditar, foi muito trágico”.
Cíntia relata que os pais de Juliana, assim como a sua única irmã, estão ‘destruídos’. Eles esperam por justiça e que o autor do atropelamento pague pelo o que fez.
“Infelizmente acabaram com a família dela, interromperam os sonhos, ela deixou o marido e o filho”.
Mulher morreu e o filho dela ficou ferido após batida entre moto e caminhonete em Sertãozinho, SP
Redes sociais
Reviravolta na investigação
Na tarde de terça-feira (30), a investigação sobre o acidente teve uma reviravolta. A princípio, um adolescente era procurado pela Polícia Civil por suspeita de dirigir a caminhonete. No entanto, um jovem de 21 anos compareceu à delegacia e se apresentou como condutor do veículo.
“Depois de a investigação ir até o endereço, o maior de idade, que era uma pessoa que estava conduzindo a caminhonete, resolveu se apresentar com um advogado e confessou que era ele, maior, que estava conduzindo a caminhonete, e que o menor, na verdade, era um passageiro do veículo”, afirma o delegado Éric Germano Natalício.
Ao delegado, o homem disse que seguia para um supermercado e não viu a sinalização de parada obrigatória. Segundo ele, o adolescente estava no banco do passageiro.
“Ele realmente não viu a sinalização de parada obrigatória, alegou que estava apagada e coberta por folhagens de uma árvore. Ele avançou e sentiu a colisão.”
Cruzamento das ruas Humberto Mossim e José Mermejo em Sertãozinho, SP
Cacá Trovó/EPTV
No boletim de ocorrência registrado após o acidente consta que o motorista fugiu do local sem prestar socorro às vítimas. No entanto, segundo a polícia, imagens obtidas pela investigação mostram que o jovem permaneceu no endereço.
“Nós temos também imagens que mostram ele conversando com a vítima no local logo após o acidente (…) Ele é habilitado, permaneceu no local, conversou com o menor [passageiro] e com o filho da vítima e aguardou todo atendimento no local”, afirma Natalício.
Novas testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias pela polícia.
O condutor deve ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, na direção de veículo.
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