A atração do encontro

Ao nos encontrarmos com outras pessoas, nos completamos mutuamente, vivemos mais intensamente, multiplicamos as nossas vidas. Esses sentimentos tornam-se realidade nos encontros propiciados pelos eventos esportivos, que revivo de modo especial nestes dias em que transcorre o campeonato do Departamento de Futebol de Monte Alverne, onde tenho a honra de ser o homenageado deste ano e que chega agora à fase final.

Já tratei neste espaço da atração exercida pela bola e pelo jogo em si, mas cabe falar mais sobre a possibilidade do encontro, outro fator que atrai as pessoas para os locais dos jogos, e como isso se mostra não só importante, como essencial na sua vida. Nesses momentos, é bem visível que a maior alegria se expressa nos seres humanos quando estão entre irmãos (que todos somos) e amigos (que todos podemos e precisamos ser).

Já dizia Michel de Montaigne, nos idos dos anos de 1.500, que “o ponto máximo da perfeição da vida em sociedade é a amizade”. Também um provérbio russo, que sempre foi muito lembrado pelo famoso escritor brasileiro Jorge Amado, realça: “Só se vive de verdade o tempo que se dedica à amizade”. Essas verdades se expressam e se renovam claramente nos encontros que atraem tanta gente, também e sobretudo, aos nossos campos de futebol interioranos.

Ali, olho no olho, sem a interferência do onipresente celular dos tempos atuais, as pessoas se encontram de verdade, conversam à vontade, trocam informações, recordações, anedotas, comentários (inclusive sobre o jogo em andamento…, apontando os erros e acertos do juiz, dos técnicos, dos jogadores, comparando com o que ocorre nos seus times de coração profissionais, mas que às vezes deixam a desejar em relação às bem disputadas partidas do nosso interior). E tudo isso, com a palavra molhada e elevada pela indispensável companhia da “gelada”, mas dentro de limites, sem exageros, para “não entrar em fria”.

Dentro do campo, os jogadores também vivem um reencontro a cada partida e firmam inclusive boas e duradouras amizades, mas não poucas vezes acontecem os encontros exacerbados, os “encontrões” e choques. Eles fazem parte da disputa, elevam os ânimos e podem mesmo resultar em reações não desejadas. Entretanto, de modo geral, são controlados dentro do bom senso que prevalece. As faíscas que saem de alguns embates duros, geralmente, não chegam ao incêndio, com os providenciais “chega prá lá” dos líderes mais conscienciosos.

Em suma, é possível vivenciar belos encontros esportivos e festivos nestes dias de jogos do nosso interior. Quem tiver condições e alguma ligação com as pessoas e comunidades envolvidas, ou mesmo não tendo, pode aproveitar e presenciar as disputas finais do certame monte-alvernense de 2025 (neste dia 1º de maio, feriado, o segundo e decisivo jogo dos aspirantes, em São Martinho, e nos sábados, dias 3 e 10 deste mês, as decisões dos titulares, na vila Monte Alverne e em Saraiva).

Por certo, quem o fizer não se arrependerá, e poderá participar de alguma forma desta história inédita de 47 anos de um campeonato amador (já registrada em livro de minha autoria), feita a muitas e dedicadas mãos, pés e corações de lideranças (tanto as masculinas quanto as muitas femininas). Mas, em especial e sempre, feita de mais motivos para se encontrar.

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