Muitos personagens, encenações e trabalhos que estão na memória dos brasileiros. A atriz Vera Fischer e os atores Leonardo Franco e Vítor Thiré, que rodam o Estado em turnê com a peça O Casal Mais Sexy da América, visitaram a Gazeta Grupo de Comunicações no sábado, 26, e concederam entrevistas exclusivas veiculadas nas rádios FM 107,9 e FM 101,7, Portal Gaz e Gazeta do Sul.
No bate-papo falaram sobre as carreiras, a teledramaturgia e a cultura brasileira. Em um momento de grandes transformações, eles destacaram o desafio de aliar plataformas para difundir ainda mais a arte. Além disso, enfatizaram a importância de levar ao público mensagens da vida real ,que possam edificá-lo.
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“Uma das falas da peça e que me instiga muito é ‘O amor pode ser lindo, romântico e excitante aos 60 anos ou mais’. Falamos sobre isso porque o amor parece que tem sido um tabu, as pessoas têm vergonha, medo de amar, vergonha do próprio corpo; e fazer as pessoas repensar também é uma grande missão dos nossos trabalhos”, salientou Vera Fischer. No domingo, 27, à noite, ao lado dos colegas, ela arrancou aplausos do público no Teatro do Colégio Mauá.
O casal mais sexy da América
Na peça, Vera Fischer vive Susan White e Leonardo Franco dá vida a Robert McAllister. Eles haviam sido considerados o casal mais sexy e brilhavam numa série da televisão, e agora se reencontram depois de três décadas. Buscam um lugar em cena, mas por conta de suas idades, encontram dificuldades para trabalhar.
Sozinhos, solteiros e inseguros, frente a frente em um quarto de hotel, por várias vezes são interrompidos pelas divertidas entradas do boy do local (Vitor Thiré), que os obriga a encarar a realidade. A peça, uma comédia romântica dirigida por Tadeu Aguiar, une humor e crítica social, com temas como envelhecimento e igualdade de gênero.
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Elenco
Vera Fischer
Aos 73 anos, Vera Fischer, eleita Miss Brasil em 1969, é natural de Blumenau (SC) e acumula na bagagem inúmeros papéis em novelas, filmes, séries e peças.
Ela estará na TV aberta nesta segunda-feira, 28, no filme Coisa de Novela, na Sessão da Tarde, produzido pela Rede Globo, alusivo às comemorações de 60 anos da emissora.
Ainda neste ano a atriz deve retornar ao Rio Grande do Sul, onde irá participar da gravação de um filme.
Leonardo Franco
Ator, produtor, proprietário do teatro Solar, de Botafogo-RJ, Leonardo fez diversos personagens bíblicos, como Tibar em A Terra Prometida; Inlá em Jezabel; Rei Abimeleque em Gênesis; Memucã em A Rainha da Pérsia. Também atuou em séries e filmes.
Para o fim de maio está marcada a estreia de Leonardo na série Paulo o Apóstolo, interpretando o personagem bíblico Gamaliel. Com 50 capítulos, a série será exibida em TV aberta (Record) a partir de julho.
Vítor Thiré
Ator, comediante, cantor e bailarino, com 31 anos e 17 de carreira, já atuou em Malhação, Aruanas, Filhos da Pátria, Órfãos da Terra, Vai na Fé.
Para 2026, ele já tem agendado a participação na série infantil da Rede Globo Detetive do Prédio Azul, em que faz o papel de um vilão.
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Entrevista
- Gazeta do Sul – O Rio Grande do Sul foi o Estado escolhido para o início da turnê deste novo trabalho de vocês. Como tem sido a acolhida em solo gaúcho?
Leonardo Franco – Estreamos essa peça inédita no Rio Grande do Sul. Quando se leva ao público algo novo não se sabe como vai repercutir, mas esta, como tantas outras que já trouxemos, tem arrancado muitas gargalhadas e aplausos nos teatros. E isso tem nos orgulhado muito. - O que vocês mais têm gostado do Estado nesta passagem?
Leonardo – O sagu com creme é algo espetacular.
Vera Fischer – E os vinhos…
Vítor Thiré – Eu, como apaixonado por carne, não poderia estar num melhor lugar. - Atualmente vocês estão se dedicando ao teatro, viajando muito. Em meio à maratona de apresentações, sobra tempo para fazer outra coisa?
Vera – Não queremos fazer outra coisa. Somos apaixonados por isso, nos comprometemos com o projeto, com o público. O Leonardo, aliás, é dono de um teatro. Então, respiramos e vivemos a arte dia e noite. - Isso mostra que vocês, atriz e atores de grandes trajetórias, ainda acreditam na cultura. Aliás, como vocês enxergam o teatro, cinema, as novelas, em tempos de expansão das plataformas de streaming?
Leonardo – O streaming veio a agregar. Ele não só tira o monopólio das grandes emissoras, como cria muitas oportunidades de trabalho e nos leva, leva nosso trabalho, para o mundo inteiro, locais onde talvez nunca se chegaria. E nada tira o espaço do teatro. Se a obra for boa, as pessoas vão prestigiar. - Devido a uma atuação e incorporação de personagens em trabalhos ao longo da carreira, muitos papéis, nomes devem acompanhá-los ao longo da vida. A que vocês associam isso?
Vera – Quando eu era adolescente, na minha cidade ainda não existia televisão, somente rádio e vitrola. Então líamos muito e os personagens das histórias ficavam na nossa memória, absorvíamos e guardávamos como um arquivo. Somado a isso, temos nossas características, jeitos, e tudo isso coloca-se em prática, agrega-se a papéis na TV, cinema, teatro. Esses personagens se personificam e o público se identifica. E ter feito personagens emblemáticos na vida das pessoas é incrível. Por exemplo, a Eduarda, do Riacho Doce, era aquela mulher sensível, suave; a Helena, de Laços de Família, aquela mãe zelosa; a Jocasta, em Mandala; a Cidinha, de Perigosas Peruas; enfim, cada uma deixou uma marca. Não fiz nenhuma personagem bíblica, queria muito.
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