Em outubro de 1932, os irmãos gêmeos Fumaça e Fuligem retornam a sua terra natal, no Delta do Mississipi, e compram uma velha serraria para concretizar um sonho: criar um juke joint, um bar clandestino para a comunidade negra. Elegantes e violentos, os dois vieram de Chicago com uma fortuna e um estoque considerável de cerveja, fruto do período em que trabalharam como gangsters para Al Capone.
Para atrair o público, a dupla convida o primo Sammie Moore (Miles Caton), filho do pastor Jedidiah, que deseja ser um blues man. Ao contrariar o pai, ele é advertido: “Se você continuar a dançar com o diabo, um dia ele te segue até sua casa”.
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Sammie jamais imaginaria que, no mesmo dia, se encontraria com o demônio. Pois, na noite de inauguração do bar dos primos, vampiros aparecem fascinados pela canção do rapaz. Diante do ataque, um grupo de sobreviventes usa o que tiver ao alcance para se defender da horda cada vez maior de chupadores de sangue até o nascer do sol.
Em cartaz nos cinemas de Santa Cruz do Sul, Pecadores pode parecer mais um filme de terror barato com vampiros. No entanto, o diretor e roteirista Ryan Coogler (responsável por Creed – Nascido para Lutar e Pantera Negra) proporciona uma história original e divertida.
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Ao desenvolver a narrativa fictícia no Mississipi da década de 1930, período no qual a segregação e a violência racial imperavam, Coogler nos brinda com uma combinação perfeita e fresca. Isso porque a mistura de blues, racismo, religião e vampiros torna-se homogênea, com cada composto bem-distribuído e salientado.
Para além da música, da ação e da violência, o diretor mostra mais uma vez o talento em obter grandes atuações. O destaque é a parceria com Michael B. Jordan, consolidada desde Fruitvale Station.
Em Pecadores, o ator não deixa dúvidas de que é um dos grandes nomes de Hollywood na atualidade. O desafio de interpretar irmãos gêmeos geralmente dá errado. Aqui, no entanto, ele desenvolve personalidades totalmente distintas, o que vai muito além das vestimentas (que normalmente ajudam a identificar quem é quem). As interações entre os dois tornam-se bizarras de tão naturais, a ponto de passarem a sensação de que não são interpretados pelo mesmo ator.
E a estética visual, aliada à potente trilha sonora de Ludwig Göransson, faz de Pecadores uma obra que merece ser conferida na tela grande. Mas não esqueça: fique longe do diabo.
O sucesso do pecado abalou Hollywood
No primeiro fim de semana em exibição nos Estados Unidos, Pecadores rendeu US$ 48 milhões, atropelando Um Filme Minecraft. Para especialistas, tal façanha de Coogler pode sacudir os acionistas responsáveis pelas engrenagens de Hollywood. Isso porque o cineasta, já consolidado, fez uma série de exigências para a produção.
Uma delas, e talvez a mais impactante, foi o controle criativo total, inclusive pelo corte final, na contramão de outras produções. E exigiu uma porcentagem de bilheteria ainda no primeiro dia nos cinemas e os direitos da obra para ele por 25 anos. Trata-se, segundo profissionais da indústria cinematográfica, de um feito histórico que poucos artistas haviam conquistado até então. E, quem sabe, talvez permita maior abertura e poder aos cineastas em relação aos engravatados.
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Com um orçamento de aproximadamente US$ 90 milhões, Pecadores merece os holofotes e se torna um exemplo de como a indústria deve olhar para as produções. Não apenas no lucro, mas por oferecer um motivo para ir ao cinema.
Onde assistir
Cine santa cruz – sala 2: 21h15 (2D, legendado) Cine max brasil – sala 1: 21 horas (2D, dublado)
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