A KTM voltou a suspender suas operações na fábrica de Mattighofen, na Áustria, apenas seis semanas após retomar a produção de motos. A paralisação foi confirmada pelo novo CEO da marca, Gottfried Neumeister, em um vídeo direcionado aos funcionários. Segundo o executivo, a pausa ocorre por falta de componentes, e deve durar até dia 27 de junho.
A nova paralisação é reflexo direto da crise que a marca enfrenta desde o final de 2024, quando anunciou recuperação judicial. Desde então, a KTM AG ficou impedida de fazer pedidos de peças e componentes a fornecedores externos — itens essenciais para a montagem das motos, mas que não são produzidos internamente pela empresa.

Com o risco de não receberem pelos pedidos ou de uma eventual falência da KTM, muitos fornecedores optaram por interromper a produção. Vale lembrar que a marca chegou a um acordo no final de fevereiro deste ano, tendo sua dívida total com seus credores reduzida em 70%. Só que nem isso parece ter animado seus parceiros.
Mesmo após a retomada das atividades da marca laranja em 17 de março deste ano, a resposta do mercado não ocorre no ritmo ideal. Alguns fornecedores asiáticos, por exemplo, estão levando até 20 semanas para entregar encomendas e agora exigem pagamento antecipado.
As dificuldades da KTM e a retomada da produção
Outro ponto crítico é o aporte financeiro necessário para manter a empresa em funcionamento. Controladora da KTM, a Pierer Mobility AG confirmou que o processo de captação de garantias financeiras, no valor de quase 600 milhões de euros, ainda não foi finalizado. Esse montante precisa ser depositado até o dia 23 de maio e, em seguida, aprovado pelo tribunal responsável pela insolvência.

Além disso, segundo o portal austríaco 1000PS, a KTM fez um novo acordo para reduzir a jornada dos funcionários, visando evitar demissões. Entre 1º de maio até 31 de julho, cerca de 3.000 funcionários terão uma jornada de 30 horas semanais, e seus salários serão reajustados de acordo.
Apesar das incertezas, o CEO da KTM afirma que a expectativa é retomar a produção completa nas quatro linhas de montagem da fábrica austríaca até o dia 27 de julho, caso os obstáculos financeiros e logísticos sejam superados até lá. Por fim, seguiremos acompanhando os desdobramentos desta história.