Novas câmeras de trânsito com IA já multam quem usa celular ao volante

A movimentação diária no trânsito das grandes cidades exige mais do que atenção redobrada. Ela exige disciplina, respeito às regras e, acima de tudo, comprometimento com a vida de todos que circulam pelas ruas. Em Goiânia, essa equação ganhou um novo elemento: a tecnologia passou a ser uma aliada da fiscalização, mudando a forma como os motoristas precisam se comportar ao volante.

Pontos Principais:

  • Goiânia instalou câmeras 360º com IA para flagrar uso de celular.
  • Infrações geram multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH.
  • Motoristas de app devem usar suporte e comandos de voz.
  • Locais estratégicos da cidade já estão com o sistema ativo.
  • A fiscalização é automática e não permite justificativas.

O uso do celular durante a condução de veículos é uma das infrações mais comuns no país, e também uma das mais perigosas. Mesmo com campanhas educativas e fiscalização tradicional, muitos condutores continuam manuseando seus aparelhos, seja para mensagens, chamadas ou aplicativos de navegação. Diante desse cenário, a Secretaria de Trânsito da capital goiana adotou um novo método para coibir essa prática, apostando em câmeras com inteligência artificial.

As câmeras 360º instaladas em pontos estratégicos capturam imagens do interior dos veículos e permitem que motoristas flagrados com celular sejam automaticamente multados pelas autoridades.
As câmeras 360º instaladas em pontos estratégicos capturam imagens do interior dos veículos e permitem que motoristas flagrados com celular sejam automaticamente multados pelas autoridades.

Essas novas câmeras 360º são capazes de identificar motoristas que estejam utilizando celulares enquanto dirigem. A inovação tecnológica faz parte de um projeto que pretende reduzir acidentes causados por distrações e aumentar a segurança nas vias urbanas, especialmente em cruzamentos e avenidas de tráfego intenso.

Funcionamento das câmeras com inteligência artificial

As câmeras operam de forma autônoma, observando o interior dos veículos a partir de diferentes ângulos. O sistema reconhece padrões como o gesto de segurar ou manusear um aparelho e registra a imagem do condutor no ato da infração. O uso da tecnologia de reconhecimento visual permite detectar inclusive pequenas movimentações que caracterizem uso de dispositivos móveis, mesmo quando o celular não está visível na imagem.

Essas evidências são utilizadas para autuar o motorista de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, que considera a infração como gravíssima. O valor da multa é de R$ 293,47 e a penalidade resulta em sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação. Em casos de reincidência, o condutor pode ter o direito de dirigir suspenso.

A tecnologia foi desenvolvida para atuar de forma discreta, sem alertar o condutor no momento da infração. Isso evita reações imediatas e garante que a análise feita pela inteligência artificial seja validada posteriormente pelos órgãos competentes. O objetivo é reforçar a fiscalização em áreas de alta circulação e com índices elevados de infrações.

Locais de instalação e plano de expansão

No momento, os equipamentos estão em fase de implantação em locais estratégicos da cidade. A escolha dos pontos levou em consideração o fluxo de veículos e a quantidade de ocorrências anteriores relacionadas ao uso de celular ao volante. Entre os locais já confirmados estão cruzamentos de grande movimentação e vias com registros frequentes de acidentes.

  • Cruzamento da Avenida T-9 com a Avenida 85
  • Avenida T-10 com a Avenida T-3
  • Avenida Assis Chateaubriand

A expectativa é que, até o final do ano, a tecnologia esteja presente em outras regiões da cidade, abrangendo bairros residenciais, áreas comerciais e corredores de ônibus. A expansão busca criar uma rede de monitoramento eficiente, com cobertura ampla e contínua em toda a capital.

Segundo a SET, o objetivo não é apenas punir, mas transformar o comportamento dos motoristas com o tempo. A presença das câmeras em pontos visíveis pode funcionar também como um elemento dissuasório, desestimulando o uso indevido do celular.

Impactos na rotina de motoristas de aplicativo

Um dos grupos mais impactados por essa medida é o dos motoristas de aplicativos, cuja atividade depende diretamente do celular para chamadas, navegação e confirmação de corridas. Com a nova fiscalização automatizada, esses profissionais precisarão adotar rotinas mais rígidas para evitar penalizações.

A recomendação da SET é que os motoristas utilizem suportes veiculares fixos e façam uso de comandos de voz. Durante os deslocamentos, qualquer toque no aparelho pode ser interpretado como infração, mesmo que o condutor esteja apenas aceitando uma nova corrida.

Caso o uso do celular seja inevitável, a recomendação oficial é que o condutor estacione em local seguro e desligue o motor antes de manusear o dispositivo. A fiscalização será rigorosa e não haverá flexibilização para categorias profissionais, uma vez que a regra é válida para todos os condutores.

A adoção dessas práticas pode impactar diretamente no rendimento dos motoristas por aplicativo, mas os órgãos públicos defendem que a medida é necessária para evitar acidentes. A adaptação às novas regras será um desafio, especialmente em horários de grande demanda e regiões com instabilidade de sinal.

Discussões e perspectivas sobre a nova tecnologia

O uso da inteligência artificial na fiscalização de trânsito levanta questionamentos sobre privacidade, eficácia e adaptação dos motoristas. Entidades de classe discutem o impacto dessa medida na categoria dos motoristas profissionais, enquanto especialistas em segurança viária destacam os benefícios da redução de acidentes.

Apesar das críticas, a implantação das câmeras é parte de uma tendência global de uso da tecnologia na gestão de tráfego. Em países como Austrália e Reino Unido, sistemas similares já estão em operação com resultados positivos na diminuição de infrações.

O debate gira em torno do equilíbrio entre controle automatizado e liberdade de atuação dos condutores. A responsabilidade individual e a adaptação às novas ferramentas serão determinantes para o sucesso da medida, que ainda será avaliada ao longo de sua aplicação.

A longo prazo, a integração de tecnologia de ponta com campanhas educativas e ações de urbanismo pode transformar a relação entre motoristas, veículos e cidades. A inteligência artificial não substitui a responsabilidade humana, mas oferece um novo recurso para fiscalizar condutas e proteger vidas.

Fonte: Portal6, Newsmotor e Oantagonista.

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