
Quem nunca teve a sensação de que foi traído pela memória?
Você está no meio de uma conversa e, de repente, aquela palavra ou informação foge – justamente no momento em que mais precisa. Outras vezes, as lembranças surgem, porém embaralhadas. Insistimos em datas, nomes de pessoas, lugares ou eventos e, em alguns momentos, chegamos até a discutir com o interlocutor, certos de que estávamos com a razão – para, posteriormente, descobrir que não.
Muitas pessoas se queixam da própria memória. Aliás, em maior ou menor intensidade, todo mundo passa por isso. Sim! Inclusive aquelas pessoas que dizem ter “memória de elefante” – expressão utilizada para descrever alguém com boa memória.
Claro que, em algum momento, a memória vai falhar. E, com a passagem do tempo, é natural que ela apresente oscilações, pois, assim como nosso corpo, nossas funções cognitivas também sofrem mudanças. E tudo bem!
Mas aí vem a pergunta: qual é o limite entre os esquecimentos comuns e aqueles que pode indicar o início de um quadro mais sério?
A verdade é que lapsos de memória, embora possam causar preocupação, fazem parte do funcionamento normal do cérebro. São aqueles esquecimentos esporádicos que, em geral, não causam prejuízos significativos ou atrapalham a rotina.
Atualmente, não é difícil encontrar por aí quem relate que a memória “não anda lá essas coisas”. Em um mundo com um estilo de vida acelerado, adotado por muitos – repleto de demandas urgentes, sobrecarga de trabalho e excesso de informações -, o estresse, obviamente, é uma consequência natural. E ele interfere diretamente no sono, resultando em falta de foco no dia seguinte. Além disso, o uso constante da tecnologia e seus múltiplos estímulos, fragmenta nossa atenção e, consequentemente, nossa memória.
Diante desse cenário, adotar novos hábitos, reduzir o ritmo, priorizar o descanso e o lazer são medidas que ajudam – e muito – a melhor a qualidade de vida e, por consequência, a memória. Entretanto, se os esquecimentos forem frequentes e progressivos, acompanhados de perda da noção de tempo, dificuldades para realizar tarefas simples do dia a dia, além de alterações cognitivas e comportamentais, esses podem ser sinais de alerta.
Esquecimentos fazem parte de todas as fases da vida. Na terceira idade, por exemplo, é comum haver algum declínio na memória. No entanto, é importante saber reconhecer os sinais de que algo pode não estar bem e identificar se se trata apenas do processo natural de envelhecimento ou do início de um quadro demencial. Procurar ajuda especializada, em qualquer situação, é uma forma de prevenção – e não exagero. Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga