Peça foi vendida durante feira de arte em São Paulo. A arte foi inspirada no personagem Capitu, em referência ao escritor que dá nome ao edifício em que estava. Mural de Emiliano Di Cavalcanti, feito em 1969
Divulgação/Galatea
O mural de Emiliano Di Cavalcanti que foi vendido por cerca de R$ 8 milhões durante a SP-Arte 2025 passou 56 anos decorando o hall de entrada do Edifício Machado de Assis, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A feira, a maior da América Latina, foi a primeira oportunidade do público ver a obra, que passou sua vida no prédio.
A negociação foi feita no fim de semana passado com intermédio da galeria Galatea. O quadro, que é um dos maiores feitos pelo artista, foi um dos primeiros a serem vendidos na exposição. O comprador foi um colecionador de arte.
O mural é fruto de uma encomenda site-specific feita pela empreiteira H. C. Cordeiro Guerra para o Edifício, que conta com apartamentos de 570 m2 e um jardim assinado por Burle Marx, na Avenida Atlântica. O prédio em que a obra estava desde 1969 é considerado de luxo.
Mural de Emiliano Di Cavalcanti na Galatea
Divulgação/Galatea
Desde que entrou pela portaria em 1969, o mural nunca saiu do prédio – mas recebia visitas ilustres, como Juscelino Kubitschek, que visitava amigos que moravam lá.
O local abrigava recepções semanais oferecidas pelos donos da Rede Manchete, Adolpho e Oscar Bloch, que foram incorporadores e moradores do edifício.
A inspiração da obra veio do autor que dá nome ao prédio: Machado de Assis. A tela faz referência à Capitu.
Feira expõe pela 1ª vez obra de Di Cavalcanti que estava em prédio no Rio de Janeiro
Produzida na maturidade de Di Cavalcanti, a pintura reúne motivos que atravessaram toda a sua produção, como a flora da Mata Atlântica, representações da figura feminina brasileira e referências a bairros icônicos do Rio de Janeiro, como a Lapa e Santa Teresa. O resultado é uma composição complexa, rica em cores e detalhes profundamente conectados ao seu universo pictórico.
