Riscos e vantagem competitiva: entenda como ‘tarifaço’ de Trump pode impactar setor cafeeiro no Brasil


No caso do café robusta, as tarifas norte-americanas podem trazer alguma vantagem competitiva ao setor brasileiro; apontam pesquisadores de Cepea, da Esalq-USP. Café robusta
Globo Rural/Tv Globo
As incertezas do setor cafeeiro em relação ao “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para produtos importados no mercado global, com taxas impostas para 185 países, influenciam preços do produto, segundo boletim mais atualizado do setor, publicado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP), nesta quarta-feira (9).
☕Pesquisadores do Cepea afirmam que esse contexto tem afastado agentes de mercados de maior risco, refletindo no câmbio e pressionando os valores do grão nas Bolsas. Porém, segundo avaliação do Centro de Estudos da Esalq- USP, de modo geral, no caso do café robusta, as tarifas norte-americanas podem trazer alguma vantagem competitiva ao setor brasileiro, aponta boletim.
“Isso porque, para o Brasil, a tarifa de exportação aos EUA passa a ser de 10%, enquanto importantes países concorrentes dessa variedade receberam taxações bem mais elevadas, de 46% no caso do Vietnã e de 32% para a Indonésia”, detalha o Cepea.
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Com a proximidade da época de colheita no Brasil, as cotações do café robusta registraram quedas.
“Só nos primeiros sete dias de abril, o Indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, a retirar no Espírito Santo, caiu em R$ 360,59 a saca de 60 quilos (Kg) um recuo de 7,7%.
Abril começou com o cotação do café na média de R$ 1.586,38 a saca de 60 kg. Esse o menor valor desde 18 de novembro de 2024, conforme apontam as medições do Cepea.
Segundo produto mais vendido pelo Brasil
O café é o segundo é o produto mais vendido no ranking de itens exportados aos Estados Unidos, conforme dados de 2024, perdendo apenas para o setor florestal. 📊- Veja na lista, abaixo, na reportagem.
Café tipo robusta
Arquivo Pessoal
Entenda o ‘tarifaço’ de Trump
Na última quarta-feira (2), Trump determinou que o país passará a cobrar uma taxa de, no mínimo, 10% sobre os produtos importados do Brasil, a partir deste sábado (5).
Chamada pelo republicano de “Dia da Libertação”, a data do anúncio marcou o início de um conjunto de tarifas que, segundo Trump, libertarão os EUA de produtos estrangeiros.
“Este é um dos dias mais importantes, na minha opinião, na história americana. É nossa Declaração de independência econômica”, afirmou o presidente norte-americano.
Na última semana, o presidente norte-americano chegou a afirmar que as tarifas devem incluir todos os países, mas disse que as taxas podem ser mais suaves do que se espera e que está disposto a fazer acordos.
No Brasil, o Senado Federal aprovou, na véspera, em regime de urgência, um projeto que cria mecanismos e autoriza o governo a retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros.

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