Aluguel residencial em Campinas: 43% dos bairros têm valor acima de R$ 2 mil; veja onde é mais caro e mais barato morar na metrópole


Levantamento a pedido do g1 é realizado pelo preço médio do metro quadrado de cada região. Amostragem considerada na pesquisa foi de 71 bairros. Cálculo foi feito com valor de referência de um imóvel de 50 m². Aérea Campinas – Estádio Brinco de Ouro
Emdec
Pelo menos 43% dos bairros de Campinas (SP) têm valor médio de aluguel residencial acima de R$ 2 mil. A informação é do Índice de Aluguel da plataforma QuintoAndar ImovelWeb, que fez o levantamento a pedido do g1.
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O número é calculado pelo preço do metro quadrado para aluguel de cada região. A amostragem considerada na pesquisa foi de 71 bairros em diversas regiões da cidade.
O cálculo foi feito considerando um imóvel de 50 m², o que significa que o morador da metrópole não consegue pagar, na média, menos de R$ 2 mil de aluguel para morar em um imóvel com este valor de metragem ou maior, em 31 dos 71 bairros considerados no levantamento.
Por se tratar de uma amostragem, o índice, se considerado o número absoluto de bairros da cidade, pode sofrer alguma alteração.
O g1 lista, no mapa abaixo, por meio do valor de cada metro quadrado, os bairros onde o aluguel é maior do que R$ 2 mil e as regiões onde é possível achar imóveis com este preço ou menos.
Segundo a pesquisa, entre os metros quadrados mais caros de Campinas, estão o Parque das Universidades (R$ 84), Nova Campinas (R$ 79,8), Jardim Santa Genebra II (R$ 66,7), Fazenda São Quirino (R$ 65,6) e Swiss Park (R$ 63,7).
Já os mais baratos são Vila Industrial (R$ 15,4), Parque Residencial Vila União (R$ 19,8), Jardim Chapadão (R$ 20,5), Vila Padre Manoel de Nóbrega (R$ 20,8) e Jardim Paulicéia (R$ 21,6). Veja detalhes:

Aumento de 30%
A base de dados ainda aponta que o valor do m² para aluguel em Campinas teve um aumento de 30% em um ano. Em 2023, a média de metro quadrado no município era de R$ 31,5, enquanto que, no ano passado, subiu para R$ 41,1.
Na comparação com capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, o crescimento em Campinas foi bem maior. Na cidade paulista, a alta de um ano para outro foi de 9,7% e, na capital fluminense, de 10,1%.
Gerente de dados da plataforma, Thiago Reis afirmou que a retomada econômica pós pandemia da Covid-19 e a alta demanda por imóveis na metrópole têm feito o preço do aluguel subir. Além disso, o cenário da macroeconomia com alta na taxa de juros e dificuldade de obtenção de crédito “frearam” algumas pessoas de obter o sonho da casa própria.
Segundo ele, existe uma valorização “bastante expressiva” de imóveis em alguns bairros de Campinas. A alta demanda e a oferta limitada de imóveis “empurram” para cima, não só os preços nestas regiões, como também em localidades vizinhas, que se tornam uma opção alternativa.
“A valorização tem sido quase que homogênea, em todas as regiões da cidade. Quase a metade dos bairros conta hoje com um valor do m² acima de R$ 40. Para os proprietários e investidores, o momento do mercado imobiliário é excelente. Para os inquilinos, não resta outra saída a não ser pesquisar bem e saber negociar um preço que caiba no bolso”, afirmou.
‘Inibe as pessoas’
Especialista em finanças e com atuação na área financeira há 35 anos, Caio Katayama afirmou que, por conta de alguns bairros do levantamento estarem em áreas consideradas nobres ou de classe alta e média alta, o valor acaba sendo “puxado” para cima.
Apesar disso, ele acredita que, por conta de Campinas ter um Produto Interno Bruto (PIB) elevado frente às outras cidades do interior de São Paulo, o sistema imobiliário da metrópole realmente regula o preço do mercado para um valor médio alto.
“Isso inibe pessoas que querem morar em Campinas, fazendo com que cidades periféricas de Campinas cheguem a acolher moradores com uma renda per capita compatível com Campinas, como pessoas que moram em Paulínia. Porque você tem uma cidade com uma baita infraestrutura, uma cidade nova, com muitas opções de casas e imóveis novos e Campinas acaba sendo uma cidade envelhecida. Então temos esse problema em Campinas. O saldo para quem sai nas ruas é ver placa de aluga-se em todos os lugares”, disse Katayma.
De acordo com Katayama, a solução seria um órgão regulador para, junto com as imobiliárias, reduzir de alguma forma o preço do aluguel em Campinas, até para se adequar ao poder de renda da população. Com a mudança, o mercado imobiliário, para ele, ficaria mais aquecido do que ele está atualmente.
Imóveis reduzidos
O economista e professor da PUC-Campinas Roberto Brito de Carvalho afirmou que o que também eleva o preço dos imóveis para aluguel em Campinas é a baixa oferta de residências e a metragem reduzida. No Parque das Universidades, por exemplo, onde o levantamento aponta o metro quadrado mais caro, há muitas casas do tipo “kitnet”, com foco em estudantes.
“O que acontece também é que parte dos imóveis atuais é fruto de construções recentes em áreas nobres, como no Nova Campinas, Cambuí e Taquaral, o que faz que, por conta do padrão de construção nova e da área em que está localizado, esse imóvel tenha um preço maior de aluguel”, disse o docente.
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