Mais de 70 obras publicadas, cronista e ensaísta: quem era Marcos Vilaça, ex-presidente da ABL que morreu no Recife aos 85 anos


Escritor pernambucano era membro da ABL desde 1985 e ocupava a Cadeira 26, sucedendo o conterrâneo Mauro Mota. Ele deixa três filhos e cinco netos. Marcos Vilaça morre aos 85 anos
O escritor Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça — que morreu neste sábado (29), aos 85 anos, no Recife — foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) no dia 11 de abril de 1985, no lugar de outro pernambucano, o poeta Mauro Mota (1911-1984). Ele foi o sétimo ocupante da cadeira de número 26 da instituição, que tem como patrono Laurindo Rabelo. Também presidiu a ABL duas vezes, nos biênios 2006-2007 e 2010-2011 (veja vídeo acima).
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Marcos Vilaça nasceu no dia 30 de junho de 1939 em Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ex-ministro e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ele produziu 79 publicações ao longo da vida, incluindo livros de crônicas, ensaios e poesia, segundo a ABL. Parte dessa obra foi transcrita para outros idiomas, como inglês e francês.
O escritor morreu de falência múltipla de órgãos e estava internado numa clínica particular no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife. Ele deixa três filhos e cinco netos, frutos do casamento de uma vida toda com Maria do Carmo Duarte Vilaça, já falecida.
Segundo informações da ABL, o corpo será cremado na clínica e as cinzas serão jogadas no mar da praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A data e o horário da cerimônia não foram divulgados.
“Era um sujeito muito divertido, muito carismático, muito perspicaz, inteligente. Tinha tiradas que você não esperava e tinha um humor muito criativo”, disse Vinicius Vilaça, um dos netos do acadêmico.
Marcos Vilaça, escritor pernambucano e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), em imagem de arquivo
Acervo/TV Globo
Repercussão
A ABL lamentou a morte de Marcos Vilaça em nota divulgada neste sábado (29). De acordo com a instituição, entre as obras mais emblemáticas de sua carreira, estão os livros “Sociologia do Caminhão” (1961), que recebeu o prêmio Joaquim Nabuco da Academia Pernambucana de Letras (APL), e “Americanas”, coletânea de crônicas de viagem publicada um ano antes.
“Além de seu mérito como escritor — Marcos Vilaça é o coautor do clássico ‘Coronel, coronéis’ —, não podemos esquecer, nas suas duas gestões como presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça empreendeu um vigoroso programa de divulgação das atividades culturais da Casa, estabelecendo uma programação de alto nível”, declarou o poeta e “imortal” da ABL Antônio Carlos Secchin à TV Globo.
Outro membro da ABL, o escritor Marco Lucchesi, destacou que Vilaça era “um homem de muitos amigos” e “cheio de inquietação”.
“Todos os saberes, todos os sabores de Pernambuco, do Recife, do Nordeste e do Brasil. Era um amor permanente. Um homem atento 24 horas por dia a todos os apelos da vida, a todos os seus desafios, discípulo de Gilberto Freyre. Foi desenvolvendo uma leitura muito particular do coronelismo no Brasil, como, por exemplo, no seu livro bastante conhecido, ‘Coronel, coronéis'”, afirmou.
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