Servidor público cai em golpe do Pix após receber oferta de trabalho como modelo em empresa de grife

Antônio Rabelo, de 43 anos, caiu no golpe do Pix e teve prejuízo de R$ 1 mil — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Antônio Rabelo de 43 anos, teve seu sonho de trabalhar como modelo comercial frustrado por criminosos. Tudo aconteceu após ele receber uma oferta de emprego de uma empresa de ternos e gravatas de grife. O cachê oferecido foi de R$ 7,2 mil, mas para fazer o serviço seria necessário encaminhar um valor para a produção do conteúdo fotográfico, momento em que o servidor caiu no golpe do Pix e teve um prejuízo de R$ 1 mil. “Ele me iludiu. Eu acabei ficando empolgado”.

O criminoso teria se passado por funcionário de uma agência de modelo, que o servidor chegou a fazer um teste em fevereiro deste ano. Segundo Antônio, ele esteve em um hotel em São Paulo, onde participou da seleção de modelos, foi aprovado e assinou um contrato.

“Falou que eu tenho um trabalho para sábado, né? E aí ele falou que o cachê é de R$ 7.200. Eu fiquei muito empolgado na hora, com esse valor. Meu primeiro trabalho. E aí ele falou que eu teria que montar o meu composite, que é um cartão de visita do modelo, onde tem as fotos e as medidas. Ele sabia disso. Ele sabia até do DRT, que é o documento para exercer a função. E aí ele pegou, pediu para eu fazer um pagamento”.

Quando o criminoso entrou em contato, Antônio pensou que teria o primeiro trabalho como modelo comercial. O suspeito informou que seria necessário encaminhar R$ 2,1 mil para a produção do composite fotográfico. Conforme o boletim de ocorrência, inicialmente o servidor negou fazer a transferência, mas por insistência do homem mandou um Pix de R$ 1 mil.

Ainda segundo o boletim, o criminoso chegou a pedir um valor adicional de R$ 650, mas como Antônio não tinha essa quantia, informou que iria enviar apenas R$ 450. Ao tentar fazer o segundo Pix, o banco entrou em contato com o servidor e o alertou sobre a possibilidade de um golpe.

“Fiquei pensando no que achei que eu ia ganhar e que depois eu ia repor esse dinheiro. Aí eu fui tentar mandar os R$ 450 e o banco estornou na hora e me ligou perguntando se era eu mesmo que estava fazendo o Pix. Aí eu confirmei que era. Só que até agora eu não tinha desconfiado que era um golpe. Aí eles falaram ‘é alerta de golpe, de fraude, por isso é um sistema de defesa do banco”, contou o servidor.

O caso foi registrado na polícia no último domingo (23). Após a ligação do banco, Antônio entrou em contato com a mulher que fez a seleção em São Paulo e ela confirmou que o caso seria uma tentativa de golpe.

“A gente trabalha duro, né? É suado o nosso dinheiro para ganhar e vem um golpista desse e arranca um dinheiro desse da gente, né? Foi falha minha também, né? Eu deveria ter entrado direto em contato com a agência para saber se era verdade. Ele me iludiu. Eu acabei ficando empolgado com o trabalho, com o serviço, né? É triste realidade que acontece”.

O que fazer quando for vítima de um golpe

Golpes como esse estão ligados ao crime de estelionato. Neste ano, de janeiro até o dia 23 de março, foram registrados 2.593 casos de estelionato no Tocantins. Os dados são do Núcleo de Coleta e Análise Estatística (Nucae) da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins.

A delegada Luciana Midlej explica que a vítima de golpe deve procurar o banco e em seguida registrar o caso na delegacia.

“Há mais de 70 golpes já catalogados aqui no Brasil. Se você constatou que realmente caiu num golpe, fez uma transferência, normalmente ele é solicitado via Pix, você deve imediatamente procurar a sua agência bancária, né? Depois de procurar a agência bancária, você procura a delegacia de polícia. Na delegacia, você informa todos os dados possíveis dessa transação, contatos, todas as formas de abordagem que você sofreu, para que possamos dar início às investigações”, disse.

A população também pode adotar medidas preventivas para evitar cair em golpes pela internet, como a dupla verificação. Pelas redes sociais e e-mail também é importante prestar atenção ao clicar nos links. Segundo o especialista em segurança digital, Joatham Pedro, compartilhar códigos de verificação de aplicativos também pode aumentar as chances de ser vítima de estelionato.

“Ele [criminoso] sempre vai tentar ludibriar e te convencer, te persuadir com uma ou outra informação que vaza, né? Por inúmeras formas na internet. E tentar ganhar sua confiança e consequentemente obter acesso aos seus dados sensíveis e aí o ataque se segue. Colocar uma camada de segurança a mais, um duplo fator, seja uma senha visual ou uma senha numérica a mais, isso dificulta, isso atrapalha, né? E uma outra dica também é não compartilhar códigos de verificação, tá? Verificação do WhatsApp, verificação bancária”, explicou.

(Fonte: g1 Tocantins)

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