Antologia salienta a imigração alemã na região

Na tarde de dessa sexta-feira, 21, o auditório da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) foi palco do lançamento do livro Salvando memórias: olhares sobre os 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul e 175 anos da imigração em Santa Cruz do Sul. A obra, organizada pelo professor Elenor Schneider, reúne crônicas elaboradas por estudantes dos ensinos fundamental e médio da região, resgatando histórias familiares e relatos pouco conhecidos sobre a trajetória dos imigrantes alemães no Estado.

Autoridades de nível municipal ou estadual fizeram-se presentes, e as palavras em seus discursos reafirmavam o conteúdo da obra, salientando o orgulho da descendência alemã. Entre os presentres, o presidente da Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã instituída pelo governo do Estado, Rafael Koerig Gessinger, que parabenizou o município pela iniciativa. Ao todo, 72 textos foram inscritos e avaliados por uma comissão da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul, que considerou critérios como originalidade, qualidade narrativa e fidelidade histórica. Deles, 33 foram incluídos no volume.

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Conforme Schneider, que salientou o papel da Subcomissão de Cultura do Bicentenário da Imigração Alemã, o livro representa esforço coletivo de preservação da memória. Fez uma analogia ao mundo digital, destacando que, assim como arquivos de computador precisam ser salvos para não se perderem, as histórias familiares precisam ser registradas para que futuras gerações possam conhecê-las. Além das falas institucionais, os estudantes foram chamados para receberem seus exemplares, junto dos professores das suas escolas.

Valorização da escrita

A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José Kliemann, Josiane de Mello Batista, acompanhou de perto o envolvimento dos alunos e destaca que muitos deles não tinham ideia da riqueza das histórias dentro de suas próprias casas. “Eles começaram a perguntar para os avós e bisavós sobre o passado da família, e os relatos que surgiram foram incríveis”, frisou.

Diretora da escola Alfredo Klieman, Josiane Batista com Júlia Back e Carin Bräunig

Ela posou ao lado da estudante Júlia Back e da professora Carin Rosane Bräunig. “Alguns alunos trouxeram até documentos antigos e fotos para ilustrar suas pesquisas”, contou. Para Josiane, esse processo fez com que os estudantes enxergassem a história de forma mais próxima e concreta, conectando o aprendizado em sala de aula com a realidade de suas vidas.

Outro aspecto ressaltado foi a valorização da escrita. Schneider destacou que, para muitos jovens, essa pode ser a única oportunidade de ver um texto seu publicado em livro. Esse reconhecimento tem impacto profundo na autoestima e no incentivo à produção literária. “Muitos alunos não se veem como escritores, mas, quando percebem que sua história pode ser lida por outras pessoas, ganham nova perspectiva sobre o próprio potencial”, afirmou.

Concurso mobilizou escolas e estudantes em 2024

O projeto do livro nasceu a partir de um concurso de redação que envolveu escolas estaduais, municipais e particulares do município. A proposta incentivou os alunos a pesquisarem sobre suas próprias origens, entrevistando familiares e explorando documentos antigos. O desafio não era apenas escrever um texto, mas reconstruir histórias que, em muitos casos, estavam se apagando com o tempo.

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Entre os participantes, nove estudantes foram premiados, sendo três em cada categoria: 6º e 7º anos, 8º e 9º anos e Ensino Médio. Os textos vencedores foram incluídos na coletânea, ao lado de registros sobre o contexto histórico da imigração e reflexões sobre a importância da preservação cultural.

Para muitos alunos, essa foi a primeira experiência escrevendo algo com impacto público, e o concurso representou chance de se enxergarem como protagonistas de suas próprias histórias. “O importante é resgatar essa história, trazer de volta as origens da família, como a do meu avô, que trabalhava incansavelmente”, contou Júlia Back, de 17 anos, uma das autoras, aluna da Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José Kliemann.

Saiba mais

O gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta, Romar Rudolfo Beling, também editor da Editora Gazeta, que realizou a edição do livro, ressaltou em sua fala que a Gazeta do Sul compartilhou desde julho de 2023, e ao longo de todo o ano de 2024, conteúdos que remeteram à imigração alemã no Brasil. Além disso, salientou o quanto a experiência de ter um texto publicado em livro pode representar para os estudantes um estímulo a fim de que valorizem mais o legado cultural em suas famílias.

O gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta, Romar Beling, detalhou a edição da obra

A obra promoveu o resgate de memórias em muitas famílias

Com 134 páginas e publicado pelo selo da Editora Gazeta, o livro Salvando memórias não se limita a ser uma coletânea de redações premiadas. O volume acaba por oferecer um resgate de memórias familiares, com contextualizações sobre os marcos históricos da imigração alemã no Rio Grande do Sul e no Brasil. Dessa forma, torna-se um material de referência para escolas e para comunidades interessadas em manter viva a memória dos imigrantes.

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Os exemplares serão distribuídos gratuitamente em escolas da região, e a expectativa é que a iniciativa inspire outros projetos semelhantes. O professor Elenor Schneider enfatizou que a história não está apenas nos livros acadêmicos, mas também nas lembranças do dia a dia e nos esforços das pessoas de manterem vivo esse passado, ainda tão presente na vida das pessoas.

Mais do que um livro, Salvando memórias representa “um convite para que novas gerações olhem para suas próprias raízes e entendam que, ao preservar histórias, também salvam parte de si mesmas”.

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