Indígenas fazem manifestação em frente à Prefeitura por área rural

Fotos: Robson Komochena e Divulgação

 

 

Um grupo de indígenas realizou um protesto na tarde desta quinta-feira (21), reivindicando um terreno na área rural de Mafra.

 

A manifestação aconteceu em frente à Prefeitura e reuniu cerca de 30 indígenas, entre adultos e crianças, da aldeia Kenty Jug.

 

Segundo o cacique Edson Campos Rodrigues, o terreno em questão foi prometido à aldeia durante uma conversa entre a Prefeitura, o Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

 

Em entrevista exclusiva ao Riomafra Mix, o cacique explicou que a luta pelo terreno já dura quase um ano. “Foi feito um acordo com o município, mas ainda não foi cumprido”, disse Edson.

 

 

Ele afirma que a necessidade é imediata, já que os indígenas estão vivendo ao lado do terminal rodoviário. “Queremos que seja imediato. Estamos em situação complicada desde que chegamos, faz três anos, de Chapecó. Ali onde estamos, não dá para a gente se manter”, acrescentou.

 

O cacique explicou que duas aldeias distintas habitam aquele espaço. “Somos duas aldeias: a nossa, com 104 pessoas, e outra, onde vivem 40 pessoas”, informou.

 

A reportagem questionou o cacique sobre uma área de assentamento indígena em Três Barras, que, segundo Edson, está descartada, pois já foi reivindicada pela outra aldeia.

 

 

“Esse terreno em Três Barras também foi discutido. Mas, como outra aldeia reivindicou antes, descartamos essa área e a possibilidade de ir para lá, para não entrar em um conflito”, detalhou.

 

“A gente tinha feito articulação e não queria fazer manifestação. Mas, como só ficou na palavra, queremos que seja cumprido o que foi acordado”, concluiu.

 

Segundo o cacique, o terreno reivindicado tem cerca de 10 mil metros quadrados e fica na Fazenda do Potreiro, junto ao Colégio Agrícola.

 

 

O que diz a Prefeitura?

A Prefeitura de Mafra emitiu uma nota oficial, informando que não possui áreas destinadas para cessão a comunidades indígenas, já que a atribuição compete à Funai.

 

Ainda, segundo a Prefeitura, desde que chegaram, os indígenas estão recebendo serviços de assistência social, educacional e de saúde.

 

Veja a nota na íntegra:

 

“A Prefeitura de Mafra vem a público esclarecer os fatos ocorridos na tarde desta quinta-feira, 20 de março, quando um grupo de indígenas estava em frente a sede da administração pública do município.

 

O grupo de indígenas, oriundos de Chapecó – local no qual houve conflito nas eleições para cacique em 2022 – e desde então migraram para Mafra, reivindicavam áreas para sua instalação na região. A administração municipal declara que o município não possui áreas destinadas para cessão a comunidades indígenas, sendo que esta atribuição compete à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

 

A administração municipal tem prestado serviços de assistência social, educacional e de saúde às comunidades indígenas alocadas no município, bem como, em tempo, reforça seu compromisso com o diálogo e o respeito a estas comunidades, mantendo-se aberta a tratativas junto aos órgãos competentes para buscar soluções adequadas e legais para as demandas apresentadas. Ressaltamos que todas as ações do município seguem os trâmites legais e institucionais, respeitando a legislação vigente e os direitos de todas as partes envolvidas.

 

A Prefeitura de Mafra reitera seu repúdio a qualquer ato de violência ou tentativa de imposição de reivindicações por meio de invasões e esclarece que está em contato com as autoridades competentes para garantir a ordem e a segurança de todos os cidadãos.

 

Seguimos à disposição para o diálogo e buscamos soluções pacíficas e dentro da legalidade para eventuais demandas.”

 

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