Relato de um Gre-Nal

Resolvi passear de bicicleta pela orla do Guaíba e fazer a volta na altura do Beira-Rio. Era pouco antes das 10 da manhã e já fervia de gente. Os colorados instalaram suas cadeiras de abrir, suas churrasqueiras, caixas térmicas e caixas de som pelas sombras do Parque Marinha do Brasil. Um domingo lindo de céu azul, numa cidade ansiosa por pintar suas ruas de vermelho.

Particularmente, eu não me iludi com a boa vantagem construída no jogo de ida. De 2016 pra cá, nós colorados vimos eliminações inacreditáveis e muito doloridas em todas as competições e, entre outras surras, levamos 3 a 0 de um Grêmio dilacerado pelo rebaixamento e em pleno Beira-Rio.

Domingo foi o dia para espantar toda a urucubaca que se acumulou desde o rebaixamento colorado, justamente num jogo da rivalidade que faz os dois clubes de Porto Alegre carregarem muita tradição em suas cores. O Inter é o único octacampeão estadual no futebol gaúcho, mas ninguém proíbe o Grêmio de também ser, algum dia.

As provocações antes e as peleias no final do jogo são que nem a gordura em volta do medalhão da picanha: precisam existir para dar sabor ao Gre-Nal. Quem não gostar delas, que tire no próprio prato!
Dentro das quatro linhas, o Internacional cozinhou em água morna a vantagem que tinha. Como é típico dos gre-nais, o jogo teve menos de 60% do tempo de bola rolando, porcentagem mínima que a Fifa considera para um jogo de boa qualidade técnica.

Ambas as torcidas fizeram uma festa linda: foi o maior público do Beira-Rio pós-reforma.
Foi lindo ver o entusiasmo dos colorados ao longo de todo o jogo com a proximidade do título, do qual precisávamos muito. Os gremistas lotaram o espaço da torcida adversária, onde hoje estão faltando alguns assentos das cadeiras, e cantaram bastante como sempre.

Uma imundície no meio do espetáculo foi o árbitro de vídeo. A demora em revisar os lances é estressante e injustificável. Só para validar o gol gremista, foi gasto 1/5 do segundo tempo, obrigando o árbitro de campo a dar desnecessários 9 minutos de acréscimo.

Enquanto a arbitragem não for profissional, todo o futebol brasileiro perderá em qualidade do seu produto, pois essas paradas desmedidas nitidamente afetam o desempenho esportivo dos atletas, esfriam desnecessariamente os jogos e trazem elementos externos para dentro do campo de jogo, prejudicando a lisura na condução da partida.

Empatado o Gre-Nal, voltou a ser campeão o Inter. Depois de muitos fiascos recentes, espero que esse título abra caminho para conquistas maiores, que o clube belisca faz tempo e que a torcida merece muito.

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