Defesa de pai de advogado aguarda audiência de custódia e alega: “Prisão é arbitrária”

A defesa do jornalista e ex-prefeito de Almas, Goianyr Barbosa de Carvalho, contesta a legalidade de sua prisão em flagrante pela Polícia Federal (PF), ocorrida nesta terça-feira, 18, durante buscas da operação que investiga o vazamento de decisões judiciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O advogado Zenil Drumond alega que não há elementos concretos que sustentem a acusação de lavagem de dinheiro e que tomará todas as medidas para garantir a liberdade de seu cliente.

“Foi lavrado o auto de prisão em flagrante, sob a acusação de lavagem de dinheiro. Estamos aguardando a designação da audiência de custódia. A resolução 213 do CNJ, bem como o artigo 310 do CPP, determina que ela tem que ser realizada em até 24 horas após a prisão em flagrante”, afirmou o advogado.

A detenção ocorreu após os agentes federais encontrarem uma mochila com R$ 22,5 mil em espécie na casa de Goianyr, durante o cumprimento de mandados da Operação Sisamnes. De acordo com Drumond, a presença desse dinheiro não pode, por si só, justificar uma acusação de lavagem de dinheiro. “A legislação brasileira não estabelece um limite de valor para que uma pessoa mantenha em espécie dentro de casa. A normativa da Receita Federal exige declaração apenas para quantias acima de R$ 30 mil, e isso ocorre no exercício do ano seguinte”, explicou.

O advogado também detalhou as circunstâncias que levaram Goianyr a tentar esconder a mochila. “Ele escutou o arrombamento da porta, imediatamente acordou e chamou o Thiago (seu filho). Ele achou que seria um assalto e, na tentativa de proteger o dinheiro, arremessou a mochila pela varanda”, relatou.

Zenik ainda completou afirmando que irá entrar com pedido de liberdade provisória. “Vamos sustentar pela não homologação na audiência de custódia, bem como pedir também, em caso de ser homologado flagrante, que seja posto em liberdade provisória em razão dos bons antecedentes, residência fixa, ocupação lista, e ele não preencher nenhum dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal”, afirmou à Gazeta.

Drumond reforçou que a defesa vai atuar para garantir a revogação da prisão de Goianyr e esclarecer os fatos. “Essa prisão é ilegal e arbitrária”, concluiu.

A operação da Polícia Federal, que também resultou na prisão preventiva do advogado Thiago Marcos Barbosa, filho de Goianyr, e na busca e apreensão contra o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, apura um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas envolvendo membros do Ministério Público, advogados e empresários.

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