Torcedor do Santa é agredido após ser confundido com ‘infiltrado’ em jogo de torcida única contra Sport: ‘Pensava que ia morrer’


Confusão aconteceu por volta dos 30 minutos do segundo tempo. Vítima disse que levou socos e chutes e teve pertences roubados enquanto saía do estádio com o pai e o filho. Torcedor do Santa é agredido no Arruda ao ser confundido como ‘infiltrado’ durante clássico contra Sport
Um torcedor ficou ferido após sofrer agressões durante o clássico entre Santa Cruz e Sport, no último sábado (15), no Estádio do Arruda, na Zona Norte do Recife (veja vídeo acima). O homem de 36 anos, que pediu para não ser identificado, disse que levou socos e chutes depois que os agressores desconfiaram que ele era um “infiltrado” da torcida rival.
Ele contou também que, no meio do tumulto, teve o celular, uma corrente e os tênis roubados. O caso é investigado pela Polícia Civil.
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“Começaram a tirar meu boné e me insultando: ‘mata ele, ele é do Sport’. E eu comecei a ficar desesperado. E, infelizmente, quando menos esperei, começaram as agressões. Eu caí, e começaram a me chutar, soco… Rapaz, foi desesperador. Só pensava ali que ia morrer. Muita gente me agredindo”, contou.
Imagens enviadas ao ge mostram a confusão, que aconteceu por volta dos 30 minutos do segundo tempo, próximo à saída de emergência do Arruda. Por causa de uma briga entre organizadas que deixou 13 feridos no “Clássico das Multidões” de 1º de fevereiro, a partida foi realizada com torcida única por recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
O torcedor, que tem cegueira num olho e apenas 30% no outro, foi ao estádio com o pai de 59 anos e o filho, de 14. Ele contou que os três decidiram sair quinze minutos antes do fim da partida para evitar a aglomeração. O tumulto teve início no momento em que desceram da arquibancada.
“Se não fosse, primeiramente, Deus e, segundo, meu pai, que se jogou ali na minha frente se fazendo de escudo, talvez eu não estaria aqui contando essa história hoje. Estou com muitos hematomas na cabeça, o meu braço direito está muito inchado, sem conseguir movimentar, as costas, sem falar no psicológico”, afirmou.
A vítima disse, ainda, que foi ao jogo para realizar um sonho do pai, que nunca levou o filho e o neto ao estádio antes. Depois que os agressores foram contidos pela polícia, o torcedor conseguiu fugir e pular a grade que separa a arquibancada do gramado, onde recebeu atendimento médico.
Após esse atendimento inicial, ele foi escoltado pela Polícia Militar para fora do Arruda.
Procurada, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado como lesão corporal e roubo e é investigado pela Delegacia de Repressão à Intolerância Desportiva por se tratar de uma ocorrência relacionada ao jogo de futebol.
A corporação disse, ainda, que abriu um inquérito para apurar o ocorrido e identificar os responsáveis.
Já o Santa Cruz Futebol Clube afirmou que a polícia solicitou imagens de câmeras de segurança e declarou que “não aceita qualquer tipo de violência dentro e fora dos estádios de futebol”.
Torcedor do Santa Cruz foi agredido durante clássico contra Sport no Estádio do Arruda, no Recife
Reprodução/WhatsApp
Cenário de guerra
Correria e briga de torcedores são registradas antes de jogo entre Santa Cruz e Sport
No dia 1º de fevereiro, 13 pessoas ficaram feridas durante uma briga entre organizadas do Sport e do Santa Cruz, que transformou ruas do Recife num cenário de guerra.
A confusão ocorreu horas antes do último “Clássico das Multidões”, no Estádio do Arruda (veja vídeo acima).
Imagens enviadas à TV Globo e publicadas nas redes sociais mostram agressões brutais, correria, bombas, depredação em vários bairros e até saques.
Nelas, é possível ver torcedores carregando pedras e pedaços de paus.
Segundo a Polícia Civil, no dia do tumulto, 32 torcedores foram conduzidos à delegacia e 13 tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça.
Um deles foi o presidente da organizada do Sport, que também ficou ferido e permaneceu sob custódia no Hospital da Restauração, na área central da capital pernambucana.
Outro envolvido, segundo a polícia, participou do ataque ao ônibus do Fortaleza, que deixou seis jogadores feridos, em fevereiro do ano passado.
*Com informações apuradas pelo repórter Mavian Barbosa, do ge.
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