‘Animais olímpicos’: veja espécies que ‘brigam’ como atletas de judô


Tamanduá, preguiça, caninana e louva-a-deus são bichos conhecidos pelas habilidades de luta. Confrontos físicos podem ser contra indivíduos da mesma espécie ou contra predadores. Veja habilidades de cada espécie e vote no seu palpite de melhor lutador da natureza
Arte TG
O judô é o esporte brasileiro com o maior número de medalhas nos Jogos Olímpicos. As medalhas de prata de Wilian Lima e de bronze de Larissa Pimenta nas Olimpíadas de Paris foram a 25ª e a 26ª conquistadas pelo Brasil na história dos Jogos.
Por meio de votações nos stories do Terra da Gente no Instagram (@terradagente), fãs do programa poderão votar no animal que venceria uma competição na modalidade desta terça-feira (30), que é o judô.
Disputado por categorias de acordo com o peso, a arte marcial japonesa surgiu em 1882 e estreou nas Olimpíadas de Tóquio em 1964. No entanto, só foi incluída oficialmente na edição de Munique, em 1972.
Considerado uma luta de defesa pessoal, o judô tem como objetivo derrubar o adversário com golpes utilizando várias partes do corpo, como pés, braços, pernas e quadris. No tatame da natureza, quem seriam os animais “bons de briga”? Saiba mais abaixo.
Tamanduá-mirim
Com uma postura digna de lutador, o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) quando se sente ameaçado fica em posição ereta, apoiado sobre as pernas e a cauda, deixando as garras das patas superiores livres para golpear um possível predador.
Tamanduá-mirim fica em posição ereta para se defender de predadores
faelfk/iNaturalist
O comportamento conhecido como “abraço de tamanduá” ocorre também com outras espécies do grupo de mamíferos. O tamanduá-mirim ocorre em todo Brasil, pode pesar até 7 kg e costuma medir de 44 a 77 centímetros.
“Eles têm uma vértebra com uma adição a mais de epífises, ou seja, um osso a mais na vértebra da coluna, que ajuda ele se manter em pé. Então, a gente acredita que ele fique em pé para aumentar essa área olfativa e para se defender dos predadores, para ele ser maior”, explica Flávia Miranda é pesquisadora e coordenadora do Instituto Tamanduá.
Tamanduá-mirim é flagrado em chácara
Caninana
A serpente caninana (Spilotes pullatus) é boa de briga. Muito comum em todo o Brasil, os machos podem apresentar um comportamento agressivo quando confrontados por outro da espécie.
Podendo chegar a até 2,5m de comprimentos, a caninana é considerada uma das maiores cobras da Mata Atlântica.
Willianilson Pessoa
Os embates acontecem quando procuram conquistar o mesmo território ou, frequentemente, quando disputam a atenção de uma mesma fêmea. “Os machos se sobrepõem uns aos outros e ganha quem fica por cima”, explica o herpetólogo Willianilson Pessoa.
Serpentes caninanas são flagradas brigando no rio Mogi Guaçu
Esse momento foi flagrado em frente na cidade de Mogi Guaçu (SP), em setembro do ano passado. Embora a espécie apresente comportamento muito agressivo entre seus pares, o mesmo não é visto em interações com seres humanos.
Por possuírem um tipo de dentição denominada áglifa, essa cobra não inocula peçonha. Assim como jiboias e sucuris, as caninanas tentam parecer agressivas para amedrontar predadores.
Preguiça-de-três-dedos
Apesar da aparência inofensiva e solitária, a preguiça é um bicho territorialista e pode brigar com outro indivíduo da mesma espécie para defender o território ou disputar parceiros. O animal pode emitir uma vocalização diferente nesta situação e usa as garras para agredir os adversários.
Preguiças são flagradas brigando em trilha
Jaílson Souza
Das sete espécies conhecidas, todas do continente americano, seis ocorrem no Brasil e são separadas em dois gêneros. Em Bradypus, as preguiças possuem três unhas em cada mão, já em Choloepus, conhecidas como preguiças-reais, há apenas duas unhas.
A preguiça-comum (Bradypus variegatus) – também conhecida como preguiça-de-três-dedos, preguiça-marmota e preguiça-de-óculos – foi flagrada durante um combate pelo guia Jaílson Souza, perto na RPPN Estação Veracel, na Bahia.
Louva-a-Deus
Tem inseto que também poderia ser atleta olímpico e um exemplo são os louva-a-deus, predadores vorazes principalmente de insetos.
Louva-a-Deus da espécie ‘Tagmatoptera praecaria’ flagrado em São Sebastião, SP.
Rafael Rosa/iNaturalist
“Os louva-a-deus são bem conhecidos por brigar, porque quando veem um predador eles se abrem e ficam dando ‘botes’ para assustar”, esclarece o especialista nesses animais Leo Lanna. Ao se abrir e levantar as asas, a ideia é assustar corujas, sapos, macacos, morcegos e outros possíveis predadores.
O Brasil possui a maior diversidade de louva-a-deus do mundo, são cerca de 250 espécies. Alguns exemplos são os do gênero Stagmatoptera e do Oxyopsis, comuns e abundantes em todo país.
Louva-a-Deus do gênero Stagmatoptera
Tatiane Silveira Gomes/iNaturalist
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