Moradores da Travessa do Camargo aguardam novas moradias

Dezesseis famílias da localidade de Travessa do Camargo, na ERS-403, em Rio Pardo, vivem um drama que já se arrasta há dez meses. No dia 1º de maio de 2024, a enchente histórica atingiu aquela comunidade, destruindo casas e forçando os moradores a deixarem seus lares. Por ser considerada uma área de risco, o local foi interditado.

Desde então, as famílias se abrigam como podem: algumas estão alojadas em barracas, enquanto outras moram de favor na casa de conhecidos. Todos eles nutrem a expectativa de, em algum momento, terem novamente um lar para chamar de seu. A esperança está em um terreno na localidade de Mutirão do Camargo, atualmente sendo preparado para abrigar mais 20 casas provisórias, que serão entregues pelo governo do Estado.

Na manhã dessa terça-feira, 11, Cristiane Bittencourt Ferreira, moradora da Travessa do Camargo, procurou a equipe de reportagem do Portal Gaz para relatar a situação vivida. Segundo ela, há famílias inclusive com crianças pequenas que estão tendo de se abrigar em barracas. “Não tem mais uma vida que a gente possa continuar”, lamentou.

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Cristiane também citou as ondas de calor vividas nas últimas semanas, que deixaram as marcas próximas aos 40 graus em diversos pontos da região. “Se para quem estava dentro de casa, com ar-condicionado, já era ruim, imagina em uma barraca”, conta.

Terreno está sendo preparado

As 20 casas provisórias que serão erguidas no Mutirão do Camargo compõem a segunda leva de moradias que Rio Pardo está recebendo para as vítimas das enchentes. A primeira, também com 20 residências, foi entregue pelo governo do Estado no fim de outubro do ano passado e está localizada no Bairro Pinheiros.

O novo terreno, que precisou ser desapropriado, está sendo preparado para receber as casas. A Prefeitura já fez a terraplanagem do lote e aguarda que a Corsan faça a rede de água e a RGE instale a energia elétrica. Após, o governo do Estado poderá enviar as moradias, que já estão prontas e aguardam apenas a conclusão dos serviços no terreno para que sejam instaladas.

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As casas para os moradores das localidades de Várzea e Travessa do Camargo foram garantidas em dezembro do ano passado. Na ocasião, o prefeito Rogério Monteiro, junto ao secretário municipal de Planejamento, Indústria e Comércio, Luiz Elcides, ao assessor técnico Cícero Garcia e à vereadora Iara Soares, participou de agenda em Porto Alegre com o secretário estadual de Habitação e Regularização Fundiária, Carlos Gomes, para tratar das novas moradias.

Vereadora encaminhou pedido de informação

A situação das famílias da Travessa do Camargo foi abordada pela vereadora Marciele Rosa (Podemos) durante a sessão da Câmara dessa segunda-feira, 10. A parlamentar encaminhou um pedido de informação ao Executivo, questionando a situação das casas provisórias que serão construídas no Mutirão do Camargo e qual o prazo previsto para a entrega das residências.

Em seu espaço na tribuna, Marciele revelou que, na última semana, entrou em contato com o coordenador da Defesa Civil de Rio Pardo, o tenente Dimas Gotardo, pedindo atenção àquelas famílias. No dia seguinte, a assistência social do município as visitou, algo que, segundo a vereadora, não ocorria há meses.

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“Talvez, se eu não tivesse cobrado, a assistência não teria ido mais lá e estaria esperando eles virem aqui procurar. Mas o mínimo que a assistência social do município precisa fazer é procurar essas famílias até o Executivo conseguir dar um lar novamente para eles”, denuncia a parlamentar.

Além disso, Marciele aproveitou o espaço para reforçar o pedido para que a RGE faça a ligação da rede elétrica no terreno que está sendo preparado. “Que a RGE tenha um mínimo de sensibilidade e dê prioridade para esse caso, porque todos os dias a gente vê caminhões da RGE transitando tanto na cidade quanto no interior. Impossível que não tenha como formar uma equipe e fazer um mutirão para poder fazer a ligação dessa luz, se é só isso que tá faltando para as casas virem”, destacou.

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