Manifestantes atacam lojas da Tesla nos EUA com incêndios e depredação em protesto contra Elon Musk

Nos últimos meses, uma onda de ataques contra lojas, veículos e infraestrutura da Tesla se espalhou pelos Estados Unidos. Relatos de incêndios criminosos, disparos e pichações direcionadas à empresa se multiplicaram, refletindo uma reação crescente contra Elon Musk e suas decisões políticas e empresariais. As investigações indicam que atos de vandalismo vêm ocorrendo em diferentes estados, causando danos financeiros e afetando a imagem da fabricante de veículos elétricos.

O aumento dos incidentes coincide com a posse do presidente Donald Trump para um novo mandato e com a aproximação de Musk ao governo. Além de ter feito grandes doações para a campanha republicana, o empresário assumiu um cargo consultivo no Departamento de Eficiência Governamental (D.O.G.E.), responsável por cortes de gastos públicos. Essa nova posição gerou descontentamento entre diferentes grupos, que agora expressam sua insatisfação com ataques contra a Tesla.

As manifestações variam de protestos pacíficos até atos de destruição. Além de concessionárias e estações de carregamento depredadas, casos de violência envolvendo armas de fogo foram registrados. Alguns proprietários de veículos elétricos relataram incidentes de vandalismo contra seus carros, levantando preocupações sobre a segurança de clientes e funcionários da empresa.

Ataques registrados

Os ataques direcionados à Tesla incluem uma série de ações coordenadas em diversas regiões dos Estados Unidos. Alguns dos casos registrados envolvem incêndios criminosos, pichações e disparos contra instalações da empresa.

• Colorado: Uma mulher lançou coquetéis molotov contra carros estacionados em uma concessionária e pichou a palavra “Nazi” na fachada, além de escrever “F— Musk” nas portas de entrada.
• Oregon: Um homem disparou contra uma loja da Tesla e lançou coquetéis molotov contra veículos estacionados, causando um prejuízo estimado em 500 mil dólares.
• Massachusetts: Vários carregadores da Tesla foram incendiados em uma estação de recarga em um centro comercial.
• Maryland: Prédios da Tesla foram pichados com a frase “No Musk” ao lado de um símbolo semelhante a uma suástica.
• Nova York: Manifestantes bloquearam a entrada de uma loja da Tesla em Manhattan, resultando na prisão de seis pessoas.

Os ataques ocorrem em um momento difícil para a Tesla, que enfrenta uma queda nas vendas e no valor de suas ações. Nos últimos meses, a rejeição à marca aumentou entre consumidores que antes viam os veículos elétricos como um símbolo de sustentabilidade. A insatisfação tem levado alguns proprietários a venderem seus carros para se desvincular da imagem de Musk.

Reação de Elon Musk e da Tesla

Diante da escalada dos ataques, Elon Musk se pronunciou nas redes sociais. Em resposta a um vídeo de uma estação de carregamento incendiada, publicado no X, o empresário afirmou que “atos criminosos não são liberdade de expressão”. A Tesla também se manifestou, prometendo tomar medidas legais contra qualquer dano às suas instalações.

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Além das declarações públicas, a empresa adotou estratégias para reforçar a segurança em suas concessionárias e pontos de recarga. Algumas lojas aumentaram a vigilância e adotaram protocolos de emergência para lidar com novos episódios de vandalismo.

A relação de Musk com o governo Trump e sua atuação no D.O.G.E. são apontadas como fatores que impulsionaram a reação negativa contra a Tesla. A força-tarefa coordenada pelo empresário implementou cortes significativos em agências federais, resultando na demissão de milhares de funcionários públicos. Para alguns críticos, a aliança de Musk com Trump transformou a Tesla em um alvo simbólico dos protestos contra as novas políticas governamentais.

Impacto nos negócios

Os incidentes de vandalismo ocorrem em um momento em que a Tesla enfrenta desafios no mercado. Desde a posse de Trump, as ações da empresa caíram mais de 35%, e a montadora registrou sua primeira queda nas vendas anuais em mais de uma década.

Na Alemanha, as vendas da Tesla despencaram 76% em fevereiro, comparadas ao mesmo período do ano anterior. Nos Estados Unidos, alguns consumidores têm demonstrado arrependimento por possuírem um carro da marca, temendo represálias ou se afastando da imagem política associada a Musk.

A empresa busca contornar essa crise com novas estratégias comerciais e lançamentos de produtos, mas a instabilidade gerada pelos ataques e pelas reações políticas pode continuar a afetar sua performance no mercado.

Preocupações com segurança

Os ataques às lojas e estações da Tesla levantaram preocupações sobre a segurança dos clientes e funcionários da empresa. Em alguns incidentes, pessoas estavam próximas aos locais dos ataques, mas não foram feridas.

As autoridades locais investigam os casos como atos criminosos, e algumas prisões já foram realizadas. No entanto, a escalada dos ataques gera temores de que novos episódios de violência possam ocorrer.

O impacto dos ataques também se reflete nos proprietários de veículos da Tesla, que relatam casos de vandalismo e assédio. Alguns motoristas afirmam que evitam exibir adesivos ou placas personalizadas que indiquem que dirigem um carro da marca para reduzir o risco de serem alvos.

Futuro da Tesla

A Tesla enfrenta um cenário desafiador com a queda nas vendas, a desvalorização das ações e a reação negativa do público. A relação de Elon Musk com o governo Trump ampliou a polarização em torno da marca, gerando uma divisão entre consumidores que apoiam suas decisões e aqueles que se distanciam da empresa.

Os analistas avaliam que a Tesla pode se beneficiar da desregulamentação do setor de direção autônoma promovida pelo governo. No entanto, os protestos e ataques podem afetar a percepção do público sobre a empresa e dificultar sua recuperação no mercado.

Os próximos meses serão decisivos para a Tesla, que precisará lidar com a instabilidade gerada pelos ataques, manter a confiança dos consumidores e reposicionar sua imagem em meio ao cenário político polarizado.

Fonte: InfoMoney, Gazetadopovo e Oglobo.

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