Povo de Terreiro apresenta demandas em reunião e destaca necessidade de atenção à intolerância religiosa

Em reunião na sexta-feira, líderes do Conselho Municipal do Povo de Terreiro de Santa Cruz do Sul discutiram a intolerância religiosa, o preconceito e a luta por um tratamento mais justo para as religiões de matriz africana. O encontro envolveu representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores e da Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito. Foram convidados também integrantes da segurança municipal, que não compareceram.

Conforme o presidente do Conselho do Povo de Terreiro, Leandro Liban, outras reuniões ordinárias já foram realizadas pelo grupo, mas esta buscou agregar a comissão devido aos casos de racismo religioso que estão crescendo. Em entrevista para a Rádio Gazeta 107,9 FM, ele afirmou que situações de intolerância, principalmente na internet, são uma realidade constante e exigem atenção. 

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Falou também sobre a dificuldade de levar informações para a comunidade, o que dificulta a compreensão sobre as práticas e rituais religiosos feitos pelos povos de terreiro. “Muitas pessoas associam o sacrifício de animais a algo demoníaco, sem entender a profundidade e o respeito envolvido”, afirmou. Acrescentou que muitos dos animais sacrificados servem para alimentação das pessoas que integram os rituais e que não são colocados em “situação de desespero”. 

Aline Silva recebeu Moa Fanfa, Leandro Liban e Pablo de Ogum na Rádio Gazeta 107,9

O secretário do conselho, Moa Fanfa, falou sobre desafios enfrentados pela comunidade, especialmente frente à abordagem das forças de segurança que vão aos cultos a partir de denúncias de terceiros. Segundo ele, houve casos em que policiais entraram com armas nos templos, em espaços de acolhimento que na maioria das vezes contam com mulheres, idosos e crianças.

“As pessoas estão reunidas para o culto e esse tipo de situação nós não admitimos, porque existem legislações que nos protegem”, ressaltou. Citou que esse foi um dos principais assuntos levantados na reunião. 

A atuação das forças de segurança também foi observada pelo Pai Pablo de Ogum, representante do Povo de Terreiro de Viamão, presente na entrevista. Ele acredita que os agentes precisam de mais preparo e que a atuação policial nos espaços das religiões de matriz africana não deve ocorrer de modo discriminatório.

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Moa Fanfa lembrou ainda das reclamações de moradores quanto ao barulho dos tambores nos rituais, mas criticou o intuito desses protestos e os chamou de “aversão aos cultos”. Além disso, manifestou-se quanto à atuação das forças de segurança em averiguar os ruídos.

“Questiono, por ser da área da segurança pública, o modo como estão averiguando, sem usar o decibelímetro de forma correta ou muitas vezes nem usando”, observou.

Ouça a entrevista na íntegra

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