Despejo de famílias de Acampamento em Nova Olinda tem acusações e gera reação do PT

Cerca de 16 trabalhadores rurais foram despejados e detidos neste domingo, 23, no Acampamento Santa Maria, localizado no município de Nova Olinda. Segundo os ocupantes, a ação teria ocorrido sem ordem judicial.

Segundo as famílias do acampamento Santa Maria, acompanhadas pela Comissão Pastoral da Terra, regional Araguaia Tocantins (CPT-AT), elas reivindicam ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) a criação de assentamento na Fazenda Santa Maria, na Gleba Anajá, Terra Pública da União, e estão acampadas em frente à fazenda desde o ano de 2014. “Na manhã do sábado, (22), as famílias adentraram a área reivindicada, um ato de resistência e luta pela terra, é importante destacar que as famílias já estavam a mais de 24 horas de ocupação na área, quando a Polícia Militar, sem qualquer decisão judicial, a PMTO, através da Patrulha Rural, agiu de forma autoritária e violenta, reforçando a prática de repressão contra os camponeses e movimentos sociais”, alegou o movimento.

A Gazeta busca ouvir a PM sobre o assunto. O espaço está aberto para as alegações.

O PT divulgou nota contra a desocupação.

Veja a íntegra da nota do PT:

Nota de repúdio PT-TO – Violência policial e despejo ilegal das famílias do Acampamento

Santa Maria em Nova Olinda
Sem mandado, sem respeito aos direitos da pessoa humana; apenas a truculência, a violência e a injustiça marcaram o domingo, 23, das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais do Acampamento Santa Maria, localizado no município de Nova Olinda. Ao todo, 16 trabalhadoras e trabalhadores rurais foram detidos de forma arbitrária e seguem presos sem qualquer respeito à legalidade e aos direitos humanos. O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Tocantins (PT-TO) repudia a ação, que é clara repressão ao campesinato, aos movimentos sociais e à sociedade democrática e de direito.
Não podemos calar diante de tamanha violência contra homens e mulheres, que reivindicam o direito de plantar, colher, de terem uma vida com qualidade, com dignidade e por isso desde 2014 estão acampadas em área da União e no sábado ocuparam a área da fazenda Santa Maria, no sentido de chamar atenção das autoridades para a necessidade de criar o Assentamento da Fazenda Santa Maria, na Gleba Anajá, terra pública e pertencente à União.
Repudiamos a falta de legalidade na ação policial, que não respeitou a ordem legal para a desocupação, não envolvendo Ministério Público, Defensoria Pública, INCRA e tão pouco organismos de defesa dos direitos humanos, o que deixa explícito a criminalização do campesinato.
É inaceitável que o aparato estatal, que deveria zelar pela vida e pela lei, seja instrumentalizado para criminalizar movimentos sociais e garantir a impunidade de grandes proprietários que exploram terras públicas e cometem violações contra populações vulneráveis. A militarização de conflitos agrários, as prisões arbitrárias, as ameaças e os despejos forçados são práticas que evidenciam um projeto de morte, que privilegia o agronegócio predatório em detrimento da soberania alimentar, da reforma agrária e dos direitos constitucionais.
Por isso, exigimos o fim imediato da violência policial contra trabalhadores rurais e comunidades camponesas, a apuração rigorosa dos crimes cometidos contra os trabalhadores e trabalhadoras.

Nota completa no Face do PT Tocantins

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