Chefe de gabinete investigado na operação da PF em Santa Cruz é exonerado

Foi exonerado nesta terça-feira, 18, o chefe de gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT), Lino Furtado. Ele é um dos investigados na Operação EmendaFest, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada em Santa Cruz do Sul. A operação apura supostos desvios de emendas parlamentares que deveriam ser destinadas ao Hospital Ana Nery (HAN). A investigação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lino Furtado já estava afastado de suas funções por ordem da Justiça Federal.

Na manhã de sábado, 15, o hospital anunciou o rompimento do contrato com a empresa CAF Representação e Intermediação de Negócios.,

Para entender

Operação EmendaFest, desencadeada pela PF em Santa Cruz, municípios da região e em Brasília, apura possíveis irregularidades na captação de emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery. Os crimes investigados são de desvios de recursos públicos, corrupção ativa e passiva.

Contratada há cerca de três anos pela casa de saúde, a empresa CAF Representação e Intermediação de Negócios, com sede em Estrela, de propriedade de Clíver André Fiegenbaum, era responsável pela busca de recursos. O contrato firmado com a prestadora previa que do total captado, ela receberia 6% como pagamento.

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No entanto, uma dessas intermediações teria ocorrido ainda em 2023 e também em 2024 com o gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT), que enviou emenda de R$ 1,07 milhão ao hospital. A verba foi repassada ao Ana Nery em três momentos: em novembro de 2023 (duas de R$ 200 mil) e uma em janeiro de 2024 (de R$ 670 mil). Os valores teriam sido aplicados na aquisição de medicamentos e equipamentos.

Desse montante, a investigação apurou a existência de nota fiscal no valor de R$ 100,2 mil da empresa para o hospital. O esquema, até então lícito, passa a ser investigado a partir do teor de conversas extraídas do celular do dono da empresa com o secretário parlamentar do deputado, Lino Rogério da Silva Furtado. Em uma fala ele sugere envio de emendas pelo parlamentar à unidade hospitalar, mediante o pagamento de vantagem.

Investigação

  • No despacho emitido pelo STF, também é citado que existe a demonstração de envolvimento de pessoas ligadas ao Hospital, como do superintendente Gilberto Gobbi, Celcio da Silveira Júnior, Leandro Dietrich, do setor financeiro; assim como de Carlos Danilo Wagner, da cidade de Estrela, e Agnaldo Machado Ferreira, de Lajeado, ligados à empresa. O deputado Afonso Motta não está sob investigação. Ele negou envolvimento em desvios de emendas. “Em momento algum eu apareço como investigado, mas isso não diminui nossa preocupação. A forma de proceder que sempre tivemos foi a de fazer o encaminhamento das emendas com critério, cumprindo as formalidades.” O parlamentar estava no Rio Grande do Sul quando a operação foi deflagrada e durante a tarde viajou a Brasília, onde se reuniria com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para tratar sobre o caso.

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  • Uma das conversas de 4 de março de 2024 mostra Leandro (do hospital) solicitando ao dono da empresa, Clíver, para que ele e Célcio o orientassem sobre a melhor forma de fazer o repasse de valores, já que seu salário seria menor do que o ganho real (que inclui a porcentagem das captações). A mensagem diz ainda: “ficaria igual meio suspeito viver a vida apenas com dinheiro vivo”; e que teria interesse de adquirir um terreno, mas não saberia como declarar o bem. Clíver então sugere “se Celcio estiver disposto a perder um pouco de imposto também, arrumo mais uma pra ele também”. O despacho dá conta de que o restante da conversa sugere que uma das possibilidades seria por meio de notas fiscais.

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