Famílias produtoras de tabaco recomeçam do zero após a enchente em Venâncio Aires

O maior desastre ambiental da história do Rio Grande do Sul, em 2024, trouxe para as rodas de conversa uma palavra: resiliência. É a capacidade de se recuperar de uma situação difícil. O foco desta edição da Expedição Os Caminhos do Tabaco é encontrar famílias que conseguiram fazer isso. Dois exemplos vêm bem de perto. As famílias Silva e Baierle, de Venâncio Aires, mostraram que é possível ter grandes perdas e recomeçar.

Na localidade de Travessão Mariante, Ricardo Gonçalves da Silva, a esposa Elisane Cristiane, os filhos Érica e Henrique, e o sobrinho Rafael garantem a produção de tabaco. Em setembro de 2023, de forma inédita, viram a água entrar na residência da família. Foi um susto, que representou a quebra de parte da lavoura. Ricardo chegou a colocar um terneiro dentro do banheiro da moradia, que é ponto mais alto.

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Em novembro daquele ano, na segunda grande cheia, o restante do tabaco se perdeu. Em maio de 2024, conseguiram deixar a casa e retirar alguns materiais. Maquinário foi danificado e teve de ser restaurado. Perderam-se 20 cabeças de gado.

Com apoio dos vizinhos e amigos, Juiano Baierle reconstruiu estrutura em seis meses
Com apoio dos vizinhos e amigos, Juiano Baierle reconstruiu estrutura em seis meses

Poderiam desistir, seguindo o mesmo caminho de mais de 20 famílias da localidade, mas resolveram ampliar a propriedade e prevenir. Um galpão, com assoalho a três metros do chão, está sendo erguido.
Seguiram e conseguiram plantar os habituais 80 mil pés nos 9,27 hectares de uma área maior, que pertence a outros integrantes da família. Na restava diversificam com milho, que serve para silagem, e outros produtos para subsistência.

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Em Linha Tangerina, a perda foi grande, mas não devido à água. O problema na propriedade de Juliano Luís Baierle foi o fogo.

Em 29 de dezembro de 2021, a partir do paiol as chamas tomaram conta do galpão, das estufas de tabaco, do material armazenado e da moradia da família. Somente o tabaco que já estava seco em um galpão mais distante foi salvo.

Os vizinhos cederam um local para morar e ajudaram no início para a reconstrução, com doações de materiais e auxílios diversos. Em seis meses já puderam retornar para a sua propriedade.

“Não pensei que tínhamos tanta amizade. Ficamos desacorçoados, mas resolvemos reconstruir tudo do zero”, lembra. Na safra atual, plantaram 55 mil pés de tabaco, produção que foi colhida até o dia 3 de janeiro, com resultados bem positivos.

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