Jornal publicado 5 dias após naufrágio do Titanic é encontrado em guarda-roupa e leiloado

Não é todo dia que você descobre uma relíquia por acidente. Porém, foi exatamente isso que aconteceu com Charles Hanson — proprietário da casa de leilões Hansons Auctioneers — , que encontrou, no fundo de seu guarda-roupa, um jornal publicado pelo Daily Mirror cinco dias após o naufrágio do Titanic.

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E, como era de se esperar de um dono de casas de leilões, Charles prontamente colocou a peça à venda na Hansons Auctioneers. Não foi difícil encontrar interessados no jornal, que veio a ser arrematado por 34 euros (aproximadamente R$ 209 em conversão realizada em agosto de 2024) na última semana.

Navio Titanic em Southampton, em abril de 1921. Foto: Wikimmedia Commons/ Domínio Público

Segundo o “descobridor” do jornal, o material histórico foi encontrado graças à avó de um cliente das Hansons, na cidade de Lichfield, localizada no condado de Staffordshire, Reino Unido. De acordo com Charles, guardar jornais antigos era costume da mulher.

Ela mantinha jornais marcando eventos importantes, como a coroação do Rei George V em 1911, bem como o naufrágio do Titanic– Charles Hanson

Um pedaço da história

Publicado em 20 de abril de 1912 — cinco dias após o naufrágio do Titanic — , a edição centenária do jornal britânico Daily Mirror — que está de pé até hoje — retrata as dores das famílias que aguardavam com agonia a divulgação da lista de sobreviventes.

Foto: Hansons Auctioneers/ Reprodução

“Uma lista dos salvos foi afixada do lado de fora dos escritórios da White Star, e mães e esposas que estavam esperando contra a esperança leram ansiosamente os nomes, apenas para descobrir que seus piores medos se realizaram”, diz o jornal britânico.

 

Na primeira página, o jornal exibe a foto de duas mulheres e uma criança em Southampton — cidade portuária da Inglaterra, de onde partiu o Titanic — aguardando a publicação dos sobreviventes do acidente, com a manchete “Uma das milhares de tragédias que fizeram do naufrágio do Titanic o mais horrível da história do mundo”.

Dentro do periódico, havia uma página dupla com diversas imagens das vítimas, com os dizeres que destacavam a “coragem indomável na presença da morte” dos falecidos. No geral, todas as oito páginas desta edição detalham a tragédia e ressaltam o heroísmo dos passageiros e tripulantes mortos.

Eles fizeram o máximo para salvar as vidas das mulheres primeiro, enquanto aceitavam seu próprio destino com dignidade. É uma peça valiosa da história social– Charles Hanson

 

Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

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