Alta do diesel eleva frete rodoviário e impacta preço dos alimentos; veja detalhes

O recente reajuste no preço do diesel anunciado pela Petrobras gerou preocupação entre os setores de transporte e comércio. Com um acréscimo de R$ 0,22 por litro, os impactos devem ser sentidos ao longo das próximas semanas, especialmente no transporte de cargas. A alta no valor do combustível afeta diretamente o custo do frete rodoviário, o que pode levar a aumentos nos preços de produtos essenciais.

Pontos Principais:

  • O reajuste do diesel deve gerar um aumento de 2% a 2,5% no custo do frete.
  • Caminhoneiros autônomos repassam a alta do combustível de forma imediata.
  • Setores como alimentação e farmácias podem ter preços elevados nas próximas semanas.
  • A dependência do transporte rodoviário amplia o impacto do reajuste no diesel.

O Brasil tem uma grande dependência do transporte rodoviário, com mais da metade da carga transportada pelo país utilizando caminhões. Isso significa que qualquer alteração no preço do diesel pode resultar em um efeito cascata na economia, atingindo desde alimentos até insumos industriais. Segundo especialistas, o impacto no frete rodoviário pode variar entre 2% e 2,5%, refletindo diretamente nos preços finais para os consumidores.

O Brasil ainda depende majoritariamente do transporte rodoviário. Ferrovias e navegação por cabotagem poderiam reduzir os custos logísticos, mas representam uma fatia pequena da matriz de transportes. Com isso, qualquer aumento no diesel tem um efeito significativo no custo de vida da população - Foto: Detran/AM.
O Brasil ainda depende majoritariamente do transporte rodoviário. Ferrovias e navegação por cabotagem poderiam reduzir os custos logísticos, mas representam uma fatia pequena da matriz de transportes. Com isso, qualquer aumento no diesel tem um efeito significativo no custo de vida da população – Foto: Detran/AM.

O impacto do reajuste, no entanto, não ocorre de maneira imediata. O tempo necessário para que o aumento seja sentido nos postos de combustível é de cerca de duas semanas. A partir desse momento, o repasse para o valor dos fretes depende dos contratos firmados entre transportadoras e clientes, sendo mais rápido no caso dos caminhoneiros autônomos.

Influência no custo do transporte

O óleo diesel representa cerca de 35% do custo total do frete rodoviário no Brasil. Esse percentual evidencia a importância do combustível na formação dos preços dos produtos que chegam aos consumidores. Com a alta no valor do diesel, empresas de transporte devem reajustar suas tabelas para equilibrar os custos operacionais.

O coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, explica que o impacto na inflação pode ser significativo, mas é difícil calcular o percentual exato para cada produto. Como o diesel é um insumo estratégico, seu aumento tende a influenciar uma série de setores, tornando sua repercussão generalizada.

Além disso, o Brasil possui longas distâncias a serem percorridas, o que intensifica a dependência do transporte rodoviário. Alternativas como ferrovias e cabotagem poderiam reduzir os custos de transporte, mas ainda não estão amplamente implementadas. A ausência dessas soluções amplia o impacto de qualquer reajuste no preço dos combustíveis.

Efeito nos preços ao consumidor

Os impactos do aumento do diesel não se limitam ao transporte de cargas. O combustível também é utilizado em máquinas agrícolas, ônibus urbanos e na geração de energia elétrica em algumas regiões do país. Dessa forma, seu reajuste pode influenciar a inflação de maneira indireta, afetando o preço de diversos bens e serviços.

Produtos alimentícios tendem a ser os mais impactados, pois possuem menor valor agregado e alta dependência do transporte rodoviário. Itens como arroz, feijão, carnes e hortifrúti podem sofrer aumento nos preços, dependendo da capacidade de repasse dos comerciantes.

Bens de maior valor agregado, como eletrodomésticos e automóveis, também podem sofrer reajustes, mas de maneira mais diluída. Isso ocorre porque esses produtos possuem outras variáveis em sua formação de preço, como custo industrial e logística internacional.

A dependência do transporte rodoviário

O Brasil utiliza majoritariamente rodovias para o transporte de mercadorias. Aproximadamente 65% da produção nacional é transportada por caminhões, o que reforça a importância do diesel na economia. Essa dependência torna o país mais vulnerável a oscilações nos preços dos combustíveis, impactando diretamente o custo de vida da população.

Especialistas apontam que, apesar da possibilidade de investimentos em ferrovias e cabotagem, o transporte rodoviário continuará sendo essencial para a distribuição de produtos até os pontos de venda. Mesmo que outras modalidades sejam ampliadas, o caminhão ainda será necessário para entregas finais em mercados, farmácias e lojas.

A diversificação dos meios de transporte poderia reduzir a pressão sobre o diesel e minimizar os impactos de seus reajustes. No entanto, a implementação dessas soluções exige investimentos de longo prazo, o que dificulta uma mudança estrutural no curto prazo.

Possíveis alternativas

Para reduzir a influência do preço do diesel na economia, especialistas sugerem algumas estratégias que poderiam minimizar os impactos dos reajustes. Entre elas estão:

  • Expansão da malha ferroviária para o transporte de cargas de longa distância
  • Ampliação da cabotagem como alternativa ao transporte rodoviário
  • Maior incentivo ao uso de combustíveis alternativos, como biocombustíveis
  • Políticas de previsibilidade nos reajustes dos combustíveis

Mesmo com essas possíveis soluções, o transporte rodoviário seguirá como a principal forma de escoamento da produção nacional. Dessa forma, oscilações no preço do diesel continuarão a ter reflexos na economia e no custo de vida da população.

Fonte: CNN, Cnt e G1.

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