DNIT informa que nova ponte entre Tocantins e Maranhão terá sistema para monitorar deformações e vibrações 

Ponte sobre o Rio Tocantins, entre Tocantins e o Maranhão, desabou em dezembro de 2024 — Foto: Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Tocantins ao Maranhão, foi implodida e uma nova será construída no mesmo local. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a nova estrutura será equipada com um sistema para monitorar as deformações e vibrações.

A previsão para a nova ponte ser construida é até o final de 2025, um ano após o desmoronamento que resultou na morte de 14 pessoas e no desaparecimento de três.

O DNIT informou que o monitoramento será remoto, mas ainda não há definição sobre o local onde a central será instalada. Esse será um projeto-piloto, ou seja, a primeira vez que esse tipo de sistema será aplicado em uma ponte sob a responsabilidade do Departamento, podendo ser expandida para outras obras (veja nota completa abaixo).

O sistema faz um monitoramento por meio de sensores que identificam vibrações, inclinações e deformações da ponte. Segundo o DNIT, a indicação para instalações dos sensores e suas características serão definidas após estudo técnico. Uma empresa será contratada para implantar e operar o sistema.

Implosão da ponte

Implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Para a nova ponte ser construída, as partes remanescentes da Juscelino Kubitschek tiveram que ser implodidas. A operação aconteceu na tarde do último domingo (2) e durou menos de 15 segundos. As estruturas receberam 250 kg de explosivos.

As máquinas já trabalham no local para fazer a retirada dos entulhos. Serão quebradas e retiradas 7,5 mil toneladas de concreto, asfalto e estrutura metálica. A próxima etapa após a implosão é a limpeza do local, por meio de uma técnica chamada de fragmentação mecanizada, que irá remover os escombros e o pilar que permaneceu em pé.

Um consórcio foi contratado pelo DNIT para reconstrução da ponte, que ficará sob a responsabilidade das empresas: Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitadas. O valor total do contrato é de R$ 171.969.000.

Segundo o diretor de infraestrutura rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Fábio Pessoa da Silva, quando boa parte do concreto for retirada, as obras darão início.

O engenheiro de minas, Manoel Jorge Diniz Dias, foi o responsável pela implosão da ponte. Ele considera que a ação foi um sucesso e gerou baixas vibrações na barragem, ferrovia e casas próximas ao rio Tocantins.

Desabamento do vão central

A ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50. A estrutura liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Um vereador de Aguiarnópolis que denunciava a situação precária da estrutura flagrou o acidente.

Queda ponte — Foto: Reprodução/TV Globo

No momento em que a ponte caiu, duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões passavam pelo local. Três desses caminhões carregavam ácido sulfúrico e agrotóxicos. A Polícia Federal abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da ponte.

Conforme a Marinha, 14 pessoas morreram e três continuam desaparecidas. Um homem de 36 anos foi o único sobrevivente na tragédia. Veja quem são as vítimas:

  • Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos;
  • Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos;
  • Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos;
  • Ansio Padilha Soares, de 43 anos;
  • Silvana dos Santos Rocha, de 53 anos;
  • Andreia Maria de Sousa, de 45 anos;
  • Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos;
  • Alison Gomes Carneiro, de 57 anos;
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos;
  • Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos;
  • Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos;
  • Beroaldo dos Santos, de 56 anos;
  • Alessandra do Socorro Ribeiro, 50 anos;
  • Marçon Gley Ferreira, de 42 anos;
  • Salmon Alves Santos, 65 anos (desaparecido);
  • Felipe Giuvannucci Ribeiro, 10 anos (desaparecido);
  • Gessimar Ferreira, 38 anos (desaparecido).
Vítimas da queda da ponte que ligava o Maranhã ao Tocantins — Foto: Arquivo pessoal

Íntegra da nota do DNIT

O DNIT informa que a nova ponte de Aguiarnópolis terá um sistema de monitoramento remoto de estrutura das Obras de Artes Especiais (OAEs), com instalação de sensores capazes de identificar vibrações, deformações, inclinações, entre outras contingências. Trata-se de um sistema piloto que irá modernizar o monitoramento de OAEs e poderá se expandido para outras pontes.

A central será remota e, no momento, sem definição do local. A indicação para instalações dos sensores e suas características serão definidas após estudo técnico.

Uma empresa será contratada para instalar e operar o sistema e os detalhes operacionais serão definidos em projeto.

É a primeira vez que o sistema será instalado em pontes sob jurisdição do DNIT.

(Fonte: g1 Tocantins)

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