Teste Solara 500 Fly: um barco de 50 pés completo e com preço atraente

Sonho de consumo, as lanchas com flybridge, como a Solara 500 Fly, oferecem uma série de vantagens sobre outros modelos. Entre eles, o posto de comando alto e aberto, que favorece a visão do piloto durante a navegação. A Revista Náutica fez o teste da Solara 500 Fly e agora você acompanha tudo sobre a avaliação do modelo.

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Outra vantagem das lanchas com flybridge é permitir, aos ocupantes, gostosos banhos de sol e a possibilidade de se espalharem com mais privacidade pelo barco. Principalmente em dias quentes, é bom ter uma área a mais e aberta no topo do barco, com uma visão panorâmica, além de ganhar um salão fechado no convés inferior.

 

Por outro lado, no flybridge a sensação de balanço é maior. E ainda há um possível risco de instabilidade do casco, caso o centro de gravidade da embarcação ficar muito alto.

 

 

No caso da Solara 500 Fly, que tem 4,05 metros de boca e um V de casco muito profundo na popa, de 19,6 graus, uma análise visual apressada poderia sugerir que a lancha pudesse apresentar esse problema. Mas isso está longe de ser verdade neste modelo.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O estaleiro gaúcho Solara Yachts — que soma 15 anos de atividades e mais 1.200 embarcações entregues — ocupa posição de destaque entre os fabricantes nacionais por, entre outros motivos, sempre apresentar soluções inovadoras. Todos os seus barcos são construídos pelo processo de laminação por infusão, que resulta em cascos mais leves e resistentes.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Além disso, as lanchas da marca, cada vez mais, apresentam um nível de sofisticação apurado. De sua fábrica, no município de Vera Cruz, saem seis modelos de lanchas, das elegantes Solara 330 Targa e Solara 380 Bowrider às imponentes Solara 500 HT e Solara 500 Fly.

 

Isso sem contar a linha de pontoon boats, com modelos de 30 e 32 pés, e o inovador Solara Boat House, que tem todo o conforto de uma casa tradicional, com a vantagem deslizar sobre as águas.

Teste da Solara 500 Fly

Maior lancha do estaleiro (junto com sua versão HT), a Solara 500 Fly não é apenas grande: ela também se destaca pelo excelente aproveitamento de espaços, como comprovou o teste da Revista Náutica.

 

Do lado interno, por exemplo, a lancha tem dois camarotes fechados e dois banheiros, além de uma sala no convés inferior, com sofá conversível em uma cama de solteiro. Alternativamente, pode ter três camarotes.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Na popa, que tem plataforma do tipo submergível, o barco conta com duas aberturas laterais, que ampliam a área de convivência em aproximadamente 20%.

 

Já no flybridge da Solara 500 Fly — aquele agradabilíssimo espaço na parte mais desejada pelos usuários –, oferece nada menos que 20 m² de área útil, onde acomoda, com folga, dez pessoas.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica
Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Outro ponto que merece ser destacado nesta lancha de comando duplo (um na cabine, outro no flybridge) é que, apesar de seus 15,10 metros de comprimento, ela pode usar motores de centro-rabeta, com a exigência de menos cavalos.

 

A Solara 500 Fly testada por NÁUTICA estava equipada com dois motores Volvo D6 centro-rabeta de 440 hp cada. Mas o modelo ainda pode receber dois D6 de 400 hp cada.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Um ponto delicado é que o acesso ao fly pela praça de popa precisa ser melhorado, pois a escada é muito íngreme. Lá em cima, o flybridge conta com capotas de lona, que têm base de inox e são divididas em dois segmentos: duas partes distintas, feito duas targas, que não atrapalham em nada a movimentação das pessoas, embora o pé-direito seja de 1,75 metro.

 

Na parte da frente do fly há um mini solário, um lugar aconchegante para se sentar e bater papo com quem está pilotando, protegido pelo quebra-vento que contorna todo o convés.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

No posto de comando, a poltrona é ergonômica, com assento e encosto de boa densidade. É um material um pouco mais mole, mas que dá uma abraçadinha no piloto.

 

O painel, um pouco mais baixo que o convencional, com uma inclinação boa, tem duas telas de 12 polegadas Glass Cockpit Garmin, com o Volvo Penta Glass Cockpit System integrado. Esse último coleta e exibe todas as informações para o piloto (dados da navegação e dos motores) em um só lugar.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica
Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Como o painel tem uma inclinação para frente, o piloto consegue esticar um pouquinho mais as pernas e, assim, ficar mais relaxado. A posição do volante escamoteável Volvo Penta é muito boa, centralizada, e tanto os manetes quanto as botoeiras estão à mão.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Embaixo do painel, temos saída 12V e saída dupla USB. O rádio VHF está em excelente lugar, porém o mic está baixo demais. É necessário dar uma abaixadinha para operá-lo. Dá para o estaleiro arrumar um melhor lugar para ele facilmente. Outro ponto baixo: falta um lugar para colocar o celular.

 

Por outro lado, o projetista teve o cuidado de instalar um chuveirinho ao lado do banco do piloto, que permite refrescar todo mundo, além do piso de teca natural.

Ponto positivo também para o móvel de apoio, que tem uma geleira com tampa de madeira e pia com água fria, além de pega-mão em todo seu entorno. Embaixo, ficam uma lixeira e um pequeno armário.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A boreste, a mesa de refeições (ou aperitivo) tem regulagem de altura e uma característica distinta: móvel, ela se desloca pelo fly. O ponto negativo é que ela fica solta e, embora seja mais ou menos pesada, pode chacoalhar e até deslizar pelo ambiente durante a navegação. Já a ré, o fly é ocupado por sofás e solários.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Na praça de popa, as aberturas laterais — que aumentam a área de convivência a bordo e já viraram tendência — poderiam ficar ainda melhor se, a boreste, não houvesse uma extensão da casaria. Por ali, o projetista concentrou o terceiro comando com joystick de manobra, os controles da plataforma de popa, da iluminação dos deques laterais (em cujos botões, aliás, faltam travas) e as chaves das baterias.

 

Essa estrutura atrapalha a circulação das pessoas. Nas próximas unidades, o estaleiro prometeu que vai retirar esse nicho e a abertura ficará livre. A bombordo há outra extensão, que não é estrutural e também será removida, ampliando a área de convivência.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

No centro da praça de popa, há um sofá em J (quase em U) que tanto pode ser usado formalmente, na hora das refeições, como se transformar em uma chaise, em que é possível deitar ou sentar com as pernas esticadas — um convite para o relaxamento.

 

A mesa de madeira, com base de inox, é móvel, assim como a do fly. O pé-direito é excelente nessa área, inclusive na passagem para o salão.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Descendo-se dois pequenos degraus tem-se acesso à plataforma de popa, onde fica o espaço gourmet com tudo que se pode esperar de uma estação como essa: churrasqueira, tábua de corte, geleira e pia com água quente e fria (um diferencial).

 

O tampo, com pistões hidráulicos, tem uma área refratária sobre a churrasqueira. Mas falta o corta-corrente, importante quando se fecha o móvel após o uso, caso alguém esqueça a grelha elétrica ligada. Esse é um item de segurança muito importante.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A plataforma mede 4,05 m por cerca de dois metros, com uma área submergível. No caso de sol intenso, um toldo retrátil com tecido acrílico do tipo stobag pode ser acionado, oferecendo excelente conforto térmico.

 

O acesso à água é feito por uma escada de quatro degraus, com dois pega-mãos do tipo de piscina, o que ajuda bastante na hora de retornar dos mergulhos.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Por outro lado, o acesso à proa é feito por uma passagem lateral estreita, cujo primeiro degrau é um pouco alto. Para ajudar na transição, há um pega-mão contínuo. Os cunhos estão bem localizados em ambos os bordos: não tem perigo de alguém chutá-los.

 

O guarda-mancebo, de boa altura e levemente lançado para fora do barco, é seguro. Os porta-defensas são giratórios.

 

Ladeado por estofados, o solário ocupa quase toda a área de proa. Livres, sobram apenas a gaiuta tradicional, a área operacional (com um desejado chuveirinho na caixa de âncora) e os bancos de madeira em V, com porta-copos, no bico de proa.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica
Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O para-brisa, de folha única, é grande e alto, e a superestrutura, não tão lançada, é um pouco mais alta, o que eleva o centro de gravidade do barco; daí a instalação do Seakeeper 3 ser recomendada.

 

Lá dentro, tem mais: um enorme salão, além de dois camarotes (uma suíte), onde o pé-direito passa dos 2 m, para manter aquela sensação de espaço.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Na transição da praça de popa para o salão há uma porta bem robusta de três folhas (duas delas móveis). A cozinha fica logo na entrada do salão, a bombordo, com área de apoio em frente, a boreste, com dois armários e duas gavetas.

 

Ao lado, há tomadas de energia elétrica e os botões de comando do ar-condicionado. Mas faltam os interruptores para acendimento das luzes, que só podem ser acessas no posto de comando.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A cozinha conta com pia com cuba e torneira móvel, dois queimadores por indução com travas para as panelas, como deve ser. O tampo, bonito, tem acabamento em pedra. Na parte de baixo, há uma geladeira de 80 litros, um freezer, um armário grande, onde se pode guardar a lixeira, e um micro-ondas.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Na meia-nau, a boreste, fica a mesa de refeições. Atrás do posto de comando, foi instalada uma TV de lift, que se eleva ou vai para a posição embutida, acionada ao aperto de botão.

 

A bombordo, o sofá pode ser convertido em uma cama ou em uma chaise, de acordo com as necessidades e o estilo de vida dos usuários. No posto de comando, há duas poltronas bem gostosas e apoio para os pés do piloto.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica
Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A janela lateral tem abertura, como deve ser, pois facilita a comunicação na hora das manobras de atracação, além de permitir a ventilação natural. O volante é ajustável e a visão de pilotagem, boa para os dois bordos. Os manetes, o joystick e o rádio estão bem-posicionados.

 

O barco testado estava com sistema de flaps Zipwake, que melhora a atitude do barco e ajuda a economizar combustível, e — assim como no comando do flybridge — com duas telas de 12 polegadas da Garmin, com o Volvo Penta Glass Cockpit System integrado, que coleta e exibe todas as informações para o piloto (dados da navegação e dos motores) em um só lugar. A botoeira, personalizada, é excelente.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica
Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O para-brisa bem alto, de folha única, oferece excelente visão. Os dois limpadores têm braços duplos, o que é importante nos dias de vento forte. Entre os equipamentos de segurança, destaque para o sistema de extinção de incêndio de acionamento manual, caso ocorra um alarme de incêndio.

 

O dispositivo de som permite reproduzir músicas a partir de um pen drive. Há ainda tomadas de 12 volts e saída USB, mas falta um nicho para colocar o telefone celular.

 

Já no convés inferior, na chamada área íntima, chama atenção a entrada de luz pelo para-brisa, que atua como uma claraboia gigante. O acesso se dá por uma escada de madeira de quatro degraus, com pega-mão revestido de couro.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O pé-direito, acima de 2 m, só diminui na porta de entrada do camarote de proa, ainda assim ficando em 1,85 m. A sala conta com armários e com um sofá extenso, conversível em uma cama de solteiro, com uma TV na cabeceira. O painel elétrico fica a boreste.

 

Todas as anteparas são revestidas com madeira e camurça, nada de fibra aparente. A iluminação, direta e indireta, conta com lâmpadas e com uma faixinha de LED. A janela, bem estreita, tem vigia com entrada de ar.

 

O camarote VIP, na proa, tem vários armários e gaveteiro embaixo da cama, que é bem larga, embora um pouco curta (1,90 m). Tem iluminação de LED, indireta, e a entrada de luz natural pela gaiuta. A TV está colocada no costado do banheiro e há uma tomada e outra saída USB.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O revestimento de madeira resulta em um ambiente mais aconchegante. No banheiro, com vaso, pia com misturador de água, vigia com entrada de ar, armários e box fechado, o pé-direito é de 1,95 m.

 

Mesmo na suíte de meia-nau, a dos proprietários, o pé-direito na lateral da cama chega a 1,92m. A área de apoio, a bombordo, tem um sofá, dois armários, janela com vigia, saída USB, tomada de luz e lugar para porta-objetos. A cama é gigantesca, com uma TV à frente.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A iluminação é direta, com fitas de LED, sobre a cama, e indireta no corredor. O acabamento, mais uma vez, é caprichado, com o uso de madeira e camurçados. O banheiro fica logo na entrada da suíte, descendo um degrau, à direita.

 

Como é de se esperar de uma embarcação desse nível, tem box fechado, vaso elétrico, pia de apoio completa e decoração caprichada.

 

Mas, e os motores? O acesso rápido à casa de máquinas da Solara 500 Fly se dá por uma porta na praça de popa. A área lá embaixo é enorme. Existe espaço para a plena manutenção de tudo. O estabilizador Seakeeper fica centralizado, na frente dos dois motores Volvo Penta D6 440, que estão acoplados com sistema de rabetas.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Toda a fiação elétrica passa por canaletas e não se mistura com a hidráulica, o que é importante. As lanchas Solara usam sistemas elétricos com certificação pelas normas internacionais. Para maior qualidade e segurança, nenhum cabo possui emenda, todos são estanhados e codificados por anilhas.

 

O revestimento acústico cobre o teto, as anteparas laterais e todo o entorno da casa de máquinas, exceto no espelho de popa. Em resumo, há muito espaço para a manutenção.

Navegação da Solara 500 Fly

Hora de navegar! Saindo da Marina da Glória, localizada nas águas tranquilas da Baía de Guanabara, o teste da Solara 500 Fly foi realizado em um dia ensolarado, com pouco vento. Seguimos rumo à barra, mantendo 3.200 rpm, no cruzeiro econômico.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Os dois motores Volvo Penta D6, de 440 cv cada, consomem 124 litros por hora. À nossa frente, apenas uma leve ondulação. A 3.500 rpm, atingimos 26,9 nós, com consumo de 149 litros por hora.

 

Apesar do casco com 19,6 graus de V de popa, típico de barcos de pesca, combinado com os 4,05 metros de boca e o flybridge, a Solara 500 Fly navega suavemente. Realizamos uma curva acentuada a boreste com 11° de leme, que a Solara executou com facilidade e uma adernada controlada.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Em seguida, viramos o leme para bombordo, a 10°, como um pêndulo. A lancha, sensível ao comando, responde com precisão, oferecendo ao piloto o controle desejado.

 

No balanço geral, o Solara 500 Fly surpreendeu positivamente com seu desempenho. Com dois motores Volvo Penta D6 440, a velocidade máxima da Solara 500 Fly foi de 31,6 nós, com consumo de 179 litros por hora.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Indicado para passeios em família, a Solara 500 Fly não é uma lancha esportiva, mas oferece uma navegação segura e confortável, graças à excelente distribuição de peso projetada pelo estaleiro.

 

É claro que uma lancha flybridge de 50 pés, com centro de gravidade elevado e pesando mais de 17 toneladas, não terá a mesma agilidade de uma lancha hard top ou de comando aberto do mesmo porte. No entanto, esse modelo de 50 pés do estaleiro Solara Yachts navegou bem pelo mar e adernou de forma equilibrada, proporcionando uma navegação segura e prazerosa.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Nos testes realizados por NÁUTICA, submetemos a lancha às curvas acentuadas e o casco se comportou muito bem, comprovando que o conjunto é adequado para o que se propõe.

 

A Solara 500 Fly demonstrou ter um equilíbrio para um barco desse porte e características, entregando uma experiência de navegação segura e bem ajustada para quem busca um passeio tranquilo e eficiente no mar.

Saiba tudo sobre a Solara 500 Fly

Pontos altos

  • Bom custo-benefício
  • Navegação firme e ágil
  • Casa de máquinas espaçosa

Pontos baixos

  • Escada de acesso ao flybridge muito íngreme
  • Passagem lateral de acesso a proa estreita
  • Posição de acionamento das luzes internas ruim

Características técnicas

  • Comprimento: 15,10 m (49,5 pés)
  • Boca: 4,05 m
  • Peso: 14,5 toneladas
  • Tanque de combustível: 1.000 litros
  • Tanque de água: 300 litros
  • Capacidade (dia): 16 pessoas
  • Capacidade (noite): 6 pessoas
  • Motorização: centro-rabeta
  • Potência: 2 x 400 a 440hp

 

Foto: Revista Náutica

 

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