1º mandato coletivo da história, SOMOS emociona no 1º discurso: “somos a voz dos que foram calados e não admitiremos que nossa voz seja interrompida”

Maju Cotrim

O Coletivo Somos fez o primeiro discurso na tribuna nesta quarta-feira, 5.

A vereadora do Coletivo Somos, Thamires Lima, fez seu primeiro discurso na tribuna ladeada dos demais integrantes do coletivo.

“SOMOS A PROVA DE QUE A POLÍTICA PODE SER DIFERENTE // DE QUE A REPRESENTATIVIDADE IMPORTA // QUE OS SONHOS DE MUITOS CABEM EM UM MANDATO COLETIVO – OU EM VÁRIOS. E HOJE, AO SUBIR NESTA TRIBUNA, NÃO TRAGO APENAS UM DISCURSO. TRAGO UMA RESPOSTA.
SOMOS A RESPOSTA DOS QUE FORAM CALADOS.SOMOS A VOZ DOS QUE NUNCA TIVERAM CADEIRA NESTE PLENÁRIO. E NÃO – ADMITIREMOS – QUE NOSSA VOZ SEJA INTERROMPIDA!
NÃO – TOLERAREMOS – QUE ESSA PLENÁRIA SEJA MANCHADA OU JOGADA NO FUNDO DO POÇO DA INTOLERÂNCIA.
PORQUE ESTE MOMENTO NÃO É SOBRE NÓS / NÃO É SOBRE UM NOME, UM CARGO”, afirmou.

“É SOBRE – TODAS – AS – MENINAS – PRETAS DA PERIFERIA QUE ACHAM QUE NÃO PODEM CHEGAR AQUI.
É SOBRE MÃES ATÍPICAS, MUITAS DELAS MÃES SOLOS, QUE BATALHAM TODOS OS DIAS E, PELA PRIMEIRA VEZ, SE SENTEM REPRESENTADAS. É SOBRE AS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA QUE TAMBÉM TEM DIREITO A ESSE ESPAÇO. É SOBRE A JUVENTUDE LGBT QUE CRESCE OUVINDO QUE PRECISA SE ESCONDER – MAS QUE HOJE NOS VÊ AQUI, DE CABEÇA ERGUIDA, OCUPANDO ESTE ESPAÇO SEM MEDO!
É SOBRE ERGUER A VOZ DE QUEM FOI CALADO PELA VIOLÊNCIA, PELA INVISIBILIDADE, PELAS DESIGUALDADES.
É SOBRE CADA PESSOA QUE SEMPRE OUVIU UM “NÃO” AGORA VÊ UM “SIM” ECOANDO NESTA CASA. – E QUE SENHORAS E SENHORES, ESTE NÃO É APENAS UM PRIMEIRO DISCURSO. É UM MARCO”, afirmou.

Ela pediu: “RESPEITEM – O NOSSO MANDATO COLETIVO. QUEM VOS FALA
NÃO É A THAMIRES LIMA VEREADORA, É O COLETIVO SOMOS // E É ASSIM QUE SEREI TRATADA.
RESPEITEM A LEGITIMIDADE DA NOSSA LUTA, DA NOSSA CONSTRUÇÃO, DA NOSSA HISTÓRIA”, disse.

“QUE A POPULAÇÃO POSSA ENTRAR E SE ENXERGAR NESTE ESPAÇO.
VAMOS FAZER AUDIÊNCIAS PÚBLICAS // PROMOVER SESSÕES NOTURNAS PARA QUE OS TRABALHADORES POSSAM PARTICIPAR // VAMOS LEVAR A CÂMARA PARA OS BAIRROS, PARA AS ESCOLAS, PARA AS COMUNIDADES.
PORQUE A CASA DO POVO SÓ FARÁ SENTIDO SE FOR VERDADEIRAMENTE OCUPADA PELO POVO!
NOSSO GABINETE NÃO SERÁ APENAS UM GABINETE. SERÁ UM QUILOMBO DE RESISTÊNCIA, UM TERREIRO DE ACOLHIMENTO, UM ESPAÇO DE LUTA”, disse.