Memória: caiu a ficha

Há 50 anos, os telefones públicos, conhecidos como orelhões, fizeram uma  pequena revolução na telefonia. Com uma simples ficha metálica, fazia-se ligações da rua.

Estes aparelhos chegaram no Brasil em 1972. Eles receberam o apelido de orelhão por serem protegidos por uma cúpula de fibra, que também evitava que o usuário ficasse no sol (ou chuva) enquanto falava. Antes, quem não tinha telefone em casa, precisava ligar da telefônica, do vizinho ou de locais que permitiam usar o aparelho pagando uma taxa.

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Os orelhões ficavam perto de locais movimentados. O usuário adquiria a ficha e a colocava no espaço existente no aparelho. Cada uma durava 3 minutos nas ligações urbanas e 20 segundos nas intermunicipais, o que exigia objetividade na fala. Um pouco antes de esgotar o tempo, ouvia-se um breve sinal.

Quem tinha mais fichas no bolso, recolocava e continuava falando. Quando a ligação era atendida, ouvia-se o barulhinho dela caindo. Daí surgiu a expressão “caiu a ficha”, usada até hoje. Quando a ligação não era completada, a fichinha era devolvida.

Fichas de orelhão hoje são peças de colecionadores

Em 1992, as fichas foram substituídas pelos cartões telefônicos. Além de não pesarem no bolso, vinham com carga de 10, 20 ou 30  minutos. No fim da ligação, o usuário retirava o cartão que podia ser usado em outras chamadas, até acabar o crédito.

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Nas praias, onde as pessoas precisavam ir até a telefônica e enfrentar filas para ligar, o orelhão fez o maior sucesso, pois era encontrado em muitas esquinas. A novidade chegou até nos balneários de Rio Pardo. No Porto Ferreira, reduto de santa-cruzenses, os veranistas comemoraram a instalação no antigo Bar Backes.

Com o tempo, o orelhão passou a permitir ligações a cobrar, dispensando fichas ou cartões. Com a popularização do celular, os TPs perderam a importância, mas ainda existem em algumas cidades. Hoje, fichas e cartões são muito procurados por colecionadores. Também é preciso lembrar dos trotes aplicados dos orelhões.

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