Imagens de satélite mostram maior iceberg do mundo em rota de colisão com ilha

O “iceberg que se recusa a morrer” está de volta. Desde que se desprendeu da Antártida, em 1986, o A23a tem protagonizado alguns feitos na natureza. O mais recente deles está acontecendo neste momento: a plataforma saiu do continente gelado e está em rota de colisão com uma ilha, na Geórgia do Sul, onde pode colocar em risco a vida de animais como pinguins e focas.

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Tido como o maior iceberg do mundo, o A23a tem cerca de 4 mil km², o que equivale a quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Toda essa estrutura está agora girando para o norte, rumo à ilha do território britânico — um refúgio de vida selvagem — , onde ele pode encalhar, se despedaçar, e interferir diretamente no ecossistema local.

Foto: MODIS / Divulgação

Atualizações recentes do satélite GOES East, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos, mostram o iceberg a 173 milhas (280 km) de distância da ilha. Especialistas observam a movimentação com atenção, uma vez que sua chegada ao local pode barrar as águas ao redor da ilha, essenciais para alimentação e reprodução dos animais que lá vivem.

 

A experiência já foi vivida quando icebergs menores encalharam na região no passado, deixando taxas de mortalidade significativas entre filhotes de pinguins e focas.

Foto: USNIC / Divulgação

De acordo com Andrew Meijers, especialista do instituto British Antarctic Survey, ouvido pela agência AFP, o iceberg está atualmente se movendo para nordeste, mas as correntes predominantes sugerem que ele pode atingir a plataforma continental rasa ao redor da Geórgia do Sul em duas a quatro semanas.

O passado do iceberg que se recusa a morrer

O maior iceberg do mundo se desprendeu da Antártida em 1986 e quase que imediatamente ficou preso no fundo do Mar de Weddel, tornando-se uma ilha de gelo estática por 30 anos.

 

O cenário mudou em 2020, quando o bloco seguiu na direção de oceanos mais quentes — onde a comunidade científica acreditava que ele iria, finalmente, derreter. O percurso, no entanto, foi interrompido. Em agosto de 2024, o A23a caiu em uma espécie de armadilha no meio do mar, onde ficou girando em círculos por meses, até se libertar, em dezembro.

Isso porque as águas mais quentes ao norte da Antártida estão derretendo e enfraquecendo suas margens, que chegam aos 400 metros de altura. As últimas imagens de satélite do maior iceberg do mundo mostram ainda que ele está diminuindo lentamente: agora tem cerca de 3.500 km².

 

De acordo com os estudiosos, o A23a pode se dividir em grandes segmentos a qualquer momento, que podem permanecer na água por anos como “cidades flutuantes de gelo” navegando pela Geórgia do Sul. Por outro lado, alguns cálculos sugerem que o iceberg pode derivar para águas abertas, ignorando completamente a ilha.

 

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