O motor 1.3 turbo do Renault Duster agora é fabricado no Brasil e perdeu potência

A Horse Powertrain anunciou o início da produção nacional do motor 1.3 TCe, que equipa atualmente o Renault Duster. A fabricação ocorre na unidade da empresa em Curitiba, Paraná, e atende às novas regulamentações do Proconve L8, o que resultou na redução da potência e do torque do propulsor.

O motor, conhecido como HR13, agora gera 163 cv de potência e 25,5 kgfm de torque a 1.600 rpm. Anteriormente, esse motor alcançava 167 cv e 27,5 kgfm. Nos modelos Renault, como o Duster e a Oroch, sua potência máxima era de 170 cv antes da adequação às normas ambientais. A Renault ainda não divulgou os números finais dos veículos que utilizam essa motorização após a adaptação.

Motor 1.3 turbo do Renault Duster passa a ser produzido no Brasil com menor potência
Motor 1.3 turbo do Renault Duster passa a ser produzido no Brasil com menor potência

A nacionalização do motor ocorre em um momento estratégico para a marca, já que ele será o principal propulsor do Projeto 1312, nome provisório do futuro SUV médio Renault Boreal. Esse modelo tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2025 e será posicionado para competir diretamente com Jeep Compass e Toyota Corolla Cross.

Alterações técnicas e regulamentação ambiental

O processo de adequação do motor HR13 envolveu mudanças para atender às exigências do Proconve L8. Entre as modificações, foi implementado um novo mapa eletrônico e o sistema ORVR, que reduz emissões evaporativas de combustível. Essas alterações contribuíram para a redução da potência e do torque.

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O HR13 continua sendo um motor de quatro cilindros com injeção direta de combustível e turboalimentação. Para otimizar o uso de etanol, cada cilindro recebeu injetores de seis furos, montados centralmente e operando a uma pressão de 200 bar. Essa configuração melhora a atomização do combustível, garantindo desempenho adequado dentro das novas regulamentações.

A adequação do motor ao Proconve L8 reflete uma tendência global de adequação às normas ambientais. Na Europa, a Renault já iniciou a substituição do HR13 por um motor menor, o 1.2 turbo de três cilindros com sistema híbrido leve de 12V, que apresenta níveis reduzidos de consumo e emissões.

Produção nacional e impacto no mercado

A Horse Powertrain, empresa resultante da fusão entre Renault e Geely no segmento de motores a combustão, investiu R$ 100 milhões na fábrica de Curitiba para viabilizar a produção local do HR13. Antes da nacionalização, esse motor era importado da unidade da Renault em Valladolid, na Espanha.

A produção no Brasil elimina a dependência da importação e garante maior flexibilidade para adaptações futuras. A unidade fabril tem capacidade para produzir até 600 mil motores por ano, incluindo o HR13 e o HR10, um motor 1.0 turbo de três cilindros que já equipa o Renault Kardian.

A nacionalização do HR13 faz parte da estratégia da Renault para fortalecer sua linha de produtos no mercado brasileiro. Além do Duster, esse motor será utilizado no SUV médio do Projeto 1312 e, futuramente, na picape intermediária Renault Niagara, prevista para ser lançada em 2026.

O futuro do motor 1.3 turbo no Brasil

A introdução do HR13 no Brasil ocorre em um momento em que a demanda pelo motor na Europa está em declínio. Desde seu lançamento em 2018, ele equipou diversos modelos da Renault, Mercedes-Benz, Nissan e Dacia. No entanto, as marcas europeias estão substituindo o 1.3 turbo por motores menores, como o 1.2 turbo híbrido.

No Brasil, a Renault pretende manter o HR13 como uma peça-chave de sua estratégia até a chegada de novas opções híbridas. O motor deve continuar presente na gama de SUVs da marca e poderá ser utilizado em versões futuras da Oroch ou em outros modelos da linha Renault.

A Horse Powertrain reforçou seu compromisso com a adaptação da produção às necessidades do mercado sul-americano. Além do HR13, a empresa busca expandir a fabricação local de componentes essenciais, como cabeçotes e sistemas de injeção, aumentando a independência da cadeia produtiva nacional.

Novo SUV médio e picape da Renault

A Renault trabalha no desenvolvimento de um novo SUV médio, que será um dos primeiros modelos a utilizar o motor HR13 nacionalizado. O veículo já foi flagrado em testes no Brasil e deve seguir o padrão visual do Renault Kardian, com faróis diurnos acima dos faróis principais.

Esse SUV será posicionado acima do Duster e deve contar com mais tecnologias e equipamentos. A plataforma utilizada será a RGMP, que também servirá de base para a futura picape Renault Niagara, prevista para ser lançada em 2026.

A picape Niagara seguirá o conceito apresentado pela Renault em 2023. Seu comprimento deve girar em torno de 4,90 metros, com entre-eixos de aproximadamente 2,95 metros. A estrutura permitirá a adoção de tração 4×4 e conjuntos híbridos no futuro.

Fonte: AutoPapo, Motor1, Automaistv e QuatroRodas.

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