Adote um bichinho

Durante a minha infância, adolescência e início da vida adulta – quando ainda morava em Cachoeira do Sul, de onde sou natural – sempre tive animais em casa. E eles foram muitos, e variados: tartaruga, pássaros, rato de laboratório e, claro, cachorros. Desde que me mudei para Santa Cruz do Sul, em 2013, contudo, não pude mais ter nenhum animal de estimação em razão da falta de espaço e, sobretudo, tempo para dar a atenção e os cuidados que eles exigem e merecem.

Essa realidade mudou no ano passado, no período durante e depois das enchentes de maio, quando minha esposa Rafaela atuou como voluntária no abrigo para cães resgatados montado dentro do Parque da Oktoberfest. A grande afeição dela aos bichinhos me levou a pensar que logo eu seria bombardeado com a mesma pergunta: podemos adotar um cachorro? Isso, de fato, não tardou a acontecer e a partir daí teve início um longo trabalho de persuasão e convencimento.

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Os meus argumentos para as negativas iniciais eram os mesmos de outrora: moramos em um apartamento e temos uma rotina corrida, passando todas as manhãs e tardes no trabalho. Pensava, ainda, em como deixaríamos um cachorro sozinho durante o nosso tempo livre para atividades diversas, seja nos dias úteis ou aos fins de semana. O tempo foi passando e o meu esforço se mostrou em vão. No dia 28 de maio, após a chegada de uma ninhada no abrigo, adotamos um filhote sem raça definida – o famoso vira-lata.

Desde a chegada do Nicolau, nossas vidas e rotina mudaram completamente. No início, a grande dificuldade foi deixar ele sozinho no apartamento – mesmo que por breves períodos – sem que o choro incomodasse a vizinhança. Acostumá-lo a fazer as necessidades no lugar certo e brincar somente com os brinquedos, por outro lado, foi mais fácil do que esperávamos. Hoje o Nico, como o chamamos no dia a dia, está totalmente adaptado e acostumado a permanecer sozinho – desde que os horários e o tempo dos passeios diários sejam devidamente respeitados.

Fiz todo esse preâmbulo apenas para dizer que nem por um segundo nos arrependemos da nossa decisão e não imaginamos mais a vida sem o Nico. Chegar em casa depois de um dia cansativo e ser recebido com uma grande festa e todo o amor que ele tem para dar não tem preço. E para quem, como eu tinha, tem dúvidas: adote ou compre, se preferir, mas esteja ciente das responsabilidades e das mudanças que virão, mas também do amor e gratidão genuínos que receberá todos os dias.

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