Médicos descobrem ligação das inflamações no corpo com o AVC; entenda

Nosso corpo é uma máquina complexa, e a inflamação é um dos seus mecanismos de defesa. Quando nos cortamos ou contraímos uma infecção, a inflamação é a resposta do corpo para combater a ameaça, enviando células imunológicas para a área afetada e iniciando o processo de reparo. No entanto, quando essa resposta inflamatória se torna crônica e de baixo nível, ela pode causar sérios danos à saúde, especialmente ao coração e ao cérebro, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC).

A inflamação crônica e as doenças cardiovasculares

A inflamação crônica é um processo inflamatório de longa duração que ocorre sem sintomas aparentes. Ao longo do tempo, essa inflamação pode danificar as paredes das artérias, contribuindo para o desenvolvimento de placas de gordura (aterosclerose). Essas placas podem se romper, obstruindo o fluxo sanguíneo e levando a eventos como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC).

A proteína C reativa

A proteína C reativa (PCR) é um marcador biológico que aumenta no sangue em resposta a processos inflamatórios. Ou seja, quando a PCR está elevada, isso indica que há alguma inflamação ocorrendo no organismo. Embora a PCR não cause a doença, ela é um sinal de que algo está errado e pode ser usada para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.

Estudos têm demonstrado que os níveis de PCR estão associados a um maior risco de doenças cardiovasculares e AVC, mesmo em pessoas que não apresentam outros fatores de risco tradicionais, como hipertensão e colesterol alto. Isso significa que a PCR pode ser um marcador mais sensível de risco cardiovascular do que outros fatores tradicionalmente utilizados.

Novas drogas e a inflamação

Recentemente, novas classes de medicamentos têm mostrado grande potencial no tratamento da obesidade e do diabetes. Além de promover a perda de peso, esses medicamentos também têm demonstrado efeitos benéficos sobre o sistema cardiovascular, reduzindo o risco de eventos cardíacos. Um dos mecanismos pelos quais esses medicamentos atuam é a redução da inflamação crônica.

A descoberta da importância da inflamação crônica nas doenças cardiovasculares abriu novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias mais eficazes. No futuro, é possível que novos medicamentos e estratégias sejam desenvolvidas para controlar a inflamação e prevenir doenças cardíacas. As informações são do Estadão. 

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