Com tempo recorde, francês vence a regata de volta ao mundo Vendée Globe

Não bastasse vencer, ele fez história! Assim pode ser descrito o gigante triunfo do velejador francês Charlie Dalin, que conquistou a 10ª edição da Vendée Globe e estabeleceu um novo recorde na mais tradicional — e desafiadora — competição de circum-navegação a vela, feita em solitário e sem paradas.

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O navegador de 40 anos de idade deixou outros 39 capitães para trás e completou a volta ao mundo em apenas 64 dias, 19 horas, 22 minutos e 49 segundos, chegando ao destino final na última terça-feira (14).

 

Tal marca é o recorde absoluto da competição, desbancando a façanha de Armel Le Cleac’h, que circum-navegou em 74 dias, na edição de 2016-2017.

Foto: Vendée Globe/ Divulgação

E a distância percorrida pelos veleiros  é gigantesca: uma rota de 39,1 mil quilômetros, num trajeto que passou pelos lendários cabos de Boa Esperança (África do Sul), Leeuwin (Austrália) e Cabo Horn (Chile). Não à toa, a disputa — que ocorre desde 1989 — é conhecida como o “Everest da vela”.

Segundo colocado, o estreante Yoann Richomme também merece os louros, pois chegou um dia e uma hora depois de Dalin, no dia 15 de janeiro. Esta marca seria o suficiente para o velejador ter vencido todas as últimas nove edições do torneio, exceto a atual. De consolação, tornou-se o melhor navegador a não ganhar a Vendée Globe.

 

 

Vale destacar que a alucinante competição a vela teve início em 11 de novembro de 2024. Nesta quinta-feira (16), ainda há outros 38 velejadores — incluindo seis mulheres — em disputa. É possível acompanhar o trajeto, velocidade e posições dos participantes em tempo real pelo site oficial da competição.

O campeão que não venceu

Numa corrida, geralmente o primeiro participante a cruzar a linha de chegada é o campeão, mas em uma regata nem sempre é assim. Charlie Dalin teve essa sensação amarga na última Vendeé Globe, de 2020-2021, quando terminou em primeiro lugar, mas não levou o prêmio.

 

 

O velejador Yannick Bestaven, também francês, apesar de terminar na terceira colocação, ganhou um bônus por ter resgatado o adversário Kevin Escoffier — que teve seu monocasco partido em dois. Assim, o Júri Internacional da regata diminuiu em dez horas a corrida de Bestaven, que “ultrapassou” Dalin nos critérios finais.

Por quatro anos, minha equipe e eu temos trabalhado duro e dado tudo o que temos para fazer este super barco. É para isso que vivemos e atingimos nosso objetivo– Charlie Dalin

Detalhe: Boris Hermann, segundo colocado de 2020-2021, também ajudou no resgate, mas teve um bônus menor. Inclusive, Hermann chegou perto de ser o primeiro não-francês a vencer a Vendée Globe — desde 1989, só velejadores franceses levaram a melhor na disputa.

 

Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

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