Aumento nos preços dos combustíveis em fevereiro será impulsionado por fatores internos; saiba mais

O preço dos combustíveis no Brasil deve sofrer aumentos a partir de fevereiro de 2025. As razões para essa elevação vão além da oscilação do mercado internacional. A principal motivação está relacionada ao ajuste das alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), aprovado no fim de 2024 pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Pontos Principais:

  • Alíquota do ICMS para gasolina e etanol terá aumento de R$ 0,10 por litro.
  • Diesel e biodiesel sofrerão reajuste de R$ 0,06 por litro.
  • Defasagem nos preços em relação ao mercado internacional chega a 13% para gasolina e 21% para diesel.
  • Gás de cozinha terá redução de R$ 0,02 por quilo no ICMS.

No caso da gasolina e do etanol, a alíquota será reajustada em 7,1%, enquanto para o diesel e o biodiesel o aumento será de 5,3%. Este ajuste eleva os preços de referência para R$ 1,47 por litro de gasolina e etanol e R$ 1,12 por litro de diesel e biodiesel. O impacto será sentido diretamente pelos consumidores, mesmo sem a Petrobras realizar reajustes nas refinarias.

Especialistas apontam que, embora o ajuste do ICMS seja um fator local, a pressão internacional sobre o preço do petróleo e a cotação do dólar também influenciam indiretamente. Essa combinação de fatores deve afetar diferentes segmentos da economia brasileira.

Defasagem de Preços e Política da Petrobras

A partir de 1º de fevereiro de 2025, os preços dos combustíveis no Brasil sofrerão reajustes devido ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Essa mudança afetará diretamente o bolso dos consumidores, independentemente das variações no mercado internacional - Foto; Marcelo Camargo/Agência Brasil
A partir de 1º de fevereiro de 2025, os preços dos combustíveis no Brasil sofrerão reajustes devido ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Essa mudança afetará diretamente o bolso dos consumidores, independentemente das variações no mercado internacional – Foto; Marcelo Camargo/Agência Brasil

Desde 2023, a Petrobras alterou sua política de preços, deixando de seguir exclusivamente o Preço de Paridade de Importação (PPI). Essa mudança passou a considerar variáveis como custos de produção e logística, além da competitividade em mercados interno e externo. Apesar disso, a defasagem dos preços domésticos em relação ao mercado internacional cresceu significativamente.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel apresenta uma defasagem de 21%, enquanto a gasolina tem uma diferença de 13%. Para equilibrar os preços com os do mercado internacional, especialistas calculam que a estatal precisaria aumentar os preços em cerca de 7% a 8%.

Ainda assim, a Petrobras manteve os preços do diesel congelados durante todo o ano de 2024, enquanto a gasolina teve apenas um reajuste, em julho. Isso gerou uma perda estimada em R$ 9,3 bilhões para a empresa entre janeiro e novembro de 2024.

Impactos no Consumidor e na Economia

Os reajustes nos combustíveis devem impactar diferentes setores da economia. A gasolina, por exemplo, tem grande influência no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulando alta de 9,71% em 2024. Já o diesel, com maior relevância no transporte de mercadorias, tende a influenciar indiretamente os preços de alimentos e outros insumos.

Analistas apontam que a pressão do mercado internacional pode levar a novos ajustes no futuro. Enquanto isso, a resistência da Petrobras em seguir o PPI integralmente busca mitigar a volatilidade dos preços, mas é alvo de críticas de investidores, que temem a interferência política.

  • ICMS impactará diretamente o preço final dos combustíveis.
  • A Petrobras resiste a reajustar os preços nas refinarias.
  • Defasagem de preços em relação ao mercado internacional cresce.

Combinação de fatores tributários

O cenário de aumento nos combustíveis reflete uma combinação de fatores tributários e externos. O ajuste do ICMS, somado à pressão do mercado internacional, coloca consumidores e empresas em alerta para os desdobramentos econômicos. A Petrobras, por sua vez, enfrenta o desafio de equilibrar sua política de preços com as expectativas do mercado e as necessidades internas.

Fonte: Moneytimes, Folha, Oglobo e Gazetadopovo.

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