Queda nas vendas da Tesla marca primeira retração em 10 anos

As vendas da Tesla em 2024 registraram queda pela primeira vez em mais de dez anos. A empresa entregou cerca de 1,79 milhão de veículos no ano, uma redução de 1,1% em relação aos 1,8 milhão de 2023. Essa queda ocorreu mesmo com esforços para estimular a demanda, como reduções de preços.

O desempenho no final de 2024 trouxe algum alívio, com a Tesla registrando um recorde trimestral de 495 mil veículos entregues. Ainda assim, o preço das ações da empresa caiu 5% nos primeiros dias de 2025. A concorrência da chinesa BYD foi um fator decisivo para o mercado global de veículos elétricos, já que a empresa vendeu 1,76 milhão de veículos elétricos em 2024, consolidando-se como um forte concorrente.

A Tesla também enfrenta desafios significativos no mercado chinês, que representa uma fatia considerável de suas vendas globais. A BYD, beneficiada por subsídios governamentais, conseguiu expandir sua participação, enquanto a Tesla perdeu espaço devido à guerra de preços.

Nos Estados Unidos e na Europa, a retração da demanda por veículos elétricos também afetou a Tesla e outras montadoras. Empresas como Volkswagen e General Motors reduziram metas ou adiaram investimentos no setor.

Para 2025, a Tesla planeja lançar novos modelos, incluindo um facelift do Modelo Y, uma nova versão do Roadster e o esperado veículo de entrada, com preço estimado em US$ 25 mil. Esses lançamentos são estratégicos para aumentar as vendas e recuperar participação de mercado.

A direção autônoma é outro foco importante. A Tesla pretende avançar no desenvolvimento de tecnologia para robotáxis, apesar de atrasos e críticas ao programa de direção autônoma total. A empresa investiu em infraestrutura de IA, como o centro de treinamento Cortex no Texas, para apoiar essa iniciativa.

Enquanto isso, mudanças regulatórias podem impactar o mercado. Nos Estados Unidos, o governo de Donald Trump planeja eliminar incentivos fiscais para veículos elétricos, o que pode prejudicar a Tesla e outras montadoras. Na União Europeia, tarifas de até 45,3% sobre veículos elétricos chineses foram implementadas, afetando empresas como BYD.

A Tesla enfrenta um ano crucial em 2025. Apesar das dificuldades, analistas consideram que a empresa pode se recuperar com novos produtos e avanços tecnológicos. A competição acirrada e a necessidade de cumprir metas estabelecidas serão determinantes para o futuro da montadora.

Fonte: OTempo e Estadão.

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