Família denuncia erro médico após aposentado com problema cardíaco ser liberado de hospital no Rio


Jaime Barros tinha 66 anos, era hipertenso e tinha histórico de doença cardíaca. Com dores no peito e falta de ar, ele procurou atendimento, mas foi diagnosticado com asma e liberado. Hospital disse que paciente teve alta depois de relatar que os sintomas tinham cessado. A família de um aposentado que morreu com problemas no coração logo depois de ser liberado do hospital denuncia que ele foi vítima de erro médico.
Jaime Antônio Seixas de Barros, que tinha histórico de doença cardíaca, procurou atendimento com dores no peito e falta de ar, mas foi diagnosticado com asma e liberado para voltar para casa.
“Nós queremos saber por que eles não fizeram o procedimento certo de levar ele pra ver se tinha problema no coração, se ele tava tendo infarto na hora”, questiona a mulher do aposentado, Denise Barros.
O enterro foi na tarde desta terça-feira (7) no Cemitério da Penitência, no Caju.
Jaime tinha 66 anos, era hipertenso e tinha problemas cardíacos. No domingo (5), passou mal. Segundo a família, teve falta de ar, cansaço e dor no peito. Deu entrada na Coordenação de Emergência Regional (CER), ao lado do Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
Jaime tinha 66 anos e era hipertenso
Reprodução/TV Globo
O filho diz que apesar do histórico de problemas cardíacos, os médicos não pediram nenhum exame do coração, e que o diagnóstico foi asma.
“Já tinha o histórico de coração ruim. Eles sabiam disso e deram uma injeção de diurético nele. Depois de um tempo, ele falou pra eles que ainda tava sem respiração, deram outro. E então, eles deram nebulizador, pra ele respirar, e depois disso liberaram ele”, conta André Barros.
Assim que chegou em casa, o aposentado perdeu os sentidos e morreu na frente da família.
“Ele se sentou, ligou a televisão, pegou o celular e o celular caiu da mão dele. E eu corri, falei ‘Jaime, o celular caiu, você tá dormindo?’. Ele já tinha ido. Peguei, fiz massagem nele, tentei tudo, tudo, tudo. Não consegui. Aí chegou o Samu e disseram que não tinha mais jeito”, falou a viúva.
O aposentado deixou dois filhos, a mulher com quem era casado havia mais de 40 anos e a mãe de 92, que morava com ele e não conseguiu ir ao cemitério se despedir.
Denise Barros, viúva do aposentado
Reprodução/TV Globo
Caso registrado na delegacia
A família acredita que houve erro no diagnóstico e registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
“O que nós estranhamos, quando fiquei sabendo do ocorrido, é que ele estava numa UPA bem próximo ao hospital, que era o hospital que ele costumava ser atendido, que tinha o diagnóstico dele, todo o tratamento dele. Por que mandaram ele pra casa e não mandaram ele pra ficar lá, pra checar se ele tava num processo de infarto, infartando, né?”, questionou o primo, Cláudio Henriques.
O exame de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML) indica como causas da morte edema pulmonar e miocardiopatia.
“A miocardiopatia nada mais é do que uma doença do músculo do coração. Então, o que acontece, ele chegou no hospital com falta de ar e não foi feito nenhum exame pra saber se isso era decorrente de um infarto, de uma doença cardíaca”, disse a prima, Denise Rivera.
A Rio Saúde, responsável pela emergência na Barra, disse que se houver solicitação formal dos parentes vai abrir uma sindicância e enviará o caso para o Conselho Regional de Medicina.
A família já esteve na delegacia e disse que vai formalizar a denúncia na prefeitura.
“Com certeza poderiam ter feito mais e ele estaria com a gente hoje”, disse a viúva.
O que dizem os citados
A coordenação do CER Barra disse que o aposentado passou pelo primeiro atendimento médico e apresentava bom estado geral, estando lúcido e orientado, sem alterações significativas. Informou ainda que ele foi medicado para os sintomas e passou por duas reavaliações médicas.
Segundo a coordenação, o paciente ficou em atendimento e observação na unidade por cerca de duas horas, e só foi liberado depois de relatar que os sintomas tinham cessado. A coordenação do CER Barra disse que está à disposição da família para outros esclarecimentos.
A Polícia Civil disse que a delegacia do Recreio investiga a morte e que diligências estão em andamento para apurar as circunstâncias do caso.
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