A confirmação de dois novos óbitos por febre do oropouche no estado do Rio de Janeiro reacendeu o alerta das autoridades sanitárias para uma doença que vem se expandindo de forma preocupante. As mortes ocorreram em março, mas os exames laboratoriais que comprovaram a causa só foram concluídos recentemente. Com isso, o total de óbitos registrados em 2025 chega a três, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).
Pontos Principais:
- Duas novas mortes por febre oropouche foram confirmadas no estado do Rio.
- Casos ocorreram em Macaé e Paraty, com diagnósticos realizados em laboratório.
- Já são 1.581 infecções confirmadas e três óbitos no total em 2025.
- Doença é transmitida por mosquito e não tem vacina ou tratamento específico.
- Autoridades mantêm vigilância e reforçam medidas preventivas à população.
As vítimas são duas mulheres, de 34 e 23 anos, moradoras de Macaé, no Norte Fluminense, e Paraty, na Costa Verde. Ambas apresentaram sintomas em março e foram internadas logo após os primeiros sinais clínicos, mas não resistiram à infecção. Os casos, segundo as autoridades, são considerados isolados e desde então não houve novos óbitos ou registros graves da doença nas duas cidades.

A investigação foi realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ), responsável por analisar as amostras. A secretaria afirmou que as ações de vigilância continuam ativas e que os protocolos de atendimento estão sendo ajustados para responder ao avanço do vírus, que já soma mais de 1.500 infecções confirmadas em diferentes regiões fluminenses.
Panorama epidemiológico e medidas preventivas
A febre do oropouche é causada por um arbovírus chamado Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), transmitido principalmente por mosquitos do tipo Culicoides paraenses, conhecidos como maruins ou mosquito-pólvora. Também há possibilidade de transmissão pelo mosquito Culex quinquefasciatus, o popular pernilongo, embora com menor frequência.
No estado do Rio, os municípios com maior número de notificações são Cachoeiras de Macacu, com 649 casos, seguido por Macaé com 502, Angra dos Reis com 320, Guapimirim com 168 e Paraty com 131. O total de casos até o momento é de 1.581. As autoridades de saúde reforçam que a vigilância e a comunicação com os municípios continuam sendo essenciais para detectar e conter surtos locais.
As ações de prevenção orientam a população a utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo, aplicar repelente em áreas expostas da pele e instalar telas finas em portas e janelas. Também se recomenda evitar locais de mata fechada e manter limpas as áreas com criação de animais e resíduos orgânicos, que podem atrair os vetores da doença.
Transmissão e características clínicas da doença
A transmissão da febre do oropouche ocorre quando um mosquito pica um animal infectado, como o bicho-preguiça ou primatas não humanos, e, dias depois, pica um humano saudável. O ciclo da doença é dividido em duas formas: o silvestre, com vetores e hospedeiros animais, e o urbano, em que os humanos tornam-se os principais hospedeiros e fontes de infecção.
Os sintomas se assemelham aos da dengue, chikungunya e outras arboviroses. O paciente geralmente apresenta febre alta, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça, calafrios, náusea e vômitos. Em alguns casos, há também diarreia. Esses sintomas duram entre cinco e sete dias, mas estudos apontam que cerca de 60% dos infectados podem ter recidiva dos sintomas após a melhora inicial.
Atualmente, não há tratamento específico ou vacina disponível para a febre do oropouche. O acompanhamento médico é feito de forma sintomática, com repouso, hidratação e monitoramento de eventuais complicações. As autoridades de saúde alertam que casos com sintomas persistentes ou agravamento devem ser imediatamente notificados e encaminhados para unidades de referência.
Resposta institucional e perspectiva de enfrentamento
Desde a introdução do vírus no território fluminense, as equipes técnicas da Secretaria de Estado de Saúde vêm adaptando seus protocolos de vigilância epidemiológica e capacitando profissionais das redes municipais para o diagnóstico e condução dos casos. A expectativa é reduzir o tempo de resposta e ampliar o número de unidades aptas a identificar a febre oropouche.
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, reforçou que, mesmo com a redução de notificações graves nos últimos dois meses, é fundamental manter a vigilância ativa e a orientação à população. O trabalho conjunto entre os níveis estadual e municipal segue como pilar da resposta institucional à expansão do vírus.
Além disso, o Ministério da Saúde emitiu comunicados técnicos a todos os estados sobre os procedimentos de notificação, coleta de amostras e envio aos laboratórios credenciados. Campanhas informativas também estão sendo organizadas para ampliar o conhecimento da população sobre os riscos e formas de prevenção da doença.
Fonte: Gov, Oglobo, UOL, Agazeta e Wikipedia
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